Covid-19: Comerciantes de Guimarães reclamam medidas para evitar falências e despedimentos
A Associação do Comércio Tradicional de Guimarães reclama medidas urgentes para que os seus associados possam resistir à crise provocada pelo novo coronavírus.
Em comunicado, aquela Associação reclama a suspensão do pagamento de água, electricidade, gás e comunicações. Defende ainda a suspensão do pagamento de rendas e impostos.
Para a Associação do Comércio Tradicional de Guimarães só com estas medidas será possível evitar falências e desemprego no sector.
Conheça o comunicado assinado por Cristina Faria, Presidente da Associação do Comércio Tradicional de Guimarães emitido esta terça-feira
"Atendendo à dimensão da crise sanitária e económica que estamos a viver, temos de ter consciência que só podemos resistir se houver unidade e colaboração de todos, qualquer que seja o sector de actividade, porque ninguém está imune a esta crise e também não sabemos quanto tempo vai perdurar. Mas acredito que todos juntos teremos capacidade para a superar com o apoio das entidades autárquicas e governamentais e também da Banca que, é preciso não esquecer, contou e conta com o apoio e sacrifício dos portugueses na crise de 2008.
A pergunta que urge resposta é o que fazer nesta situação e o que devemos reivindicar para que as empresas sobrevivam, não recorram ao despedimento senão sejam obrigadas a fechar as portas.
Não estando para breve o fim do período de contenção temos de atender às necessidades imediatas dos que viram as suas empresas encerradas e deixaram de ter capacidade económica para a sua sobrevivência. Nesta primeira fase acho fundamental um balão de oxigénio económico que nos permita suportar os custos fixos de uma empresa fechada com
funcionários em casa e também a satisfação das necessidades do nosso próprio agregado familiar.
As medidas que consideramos essenciais são:
1ª - Isenção de pagamento de água, electricidade, gás, comunicações e todas as taxas e licenças a que estamos sujeitos. Algumas destas isenções podem ser concedidas pelas autarquias, outras pelo Estado, pelo que pedimos o envolvimento da autarquia para usar a influência junto do Governo.
2ª - Salários - o Estado deveria assumir 100% dos salários mínimos e 80% dos restantes até um tecto máximo a definir. Este encargo deveria ser pago directamente pela Segurança Social, sem condições e sem burocracia.
3º Rendas - Suspender o pagamento das rendas. Não conseguimos continuar a pagar duas rendas se não temos rendimentos. O Governo deveria entrar em conversações com os senhorios para assumir o pagamento das mesmas.
4º - Isenção total de impostos - Não deveríamos pagar impostos relativos a um período em que não estamos a trabalhar.
5º Empréstimos à taxa de juro de 0% e sem obrigatoriedade de situação regularizada e com um período de pagamento bastante flexível.
Após a fase de contenção e com a abertura das empresas há também outras necessidades que carecem de respostas céleres: Injectar mais liquidez nas empresas e nas famílias para que a economia volte a funcionar, garantir a liquidez nas empresas tornando assim possível às empresas continuar a laborar e respeitar os seus compromissos.
Mas neste momento o mais importante é manter as empresas e os postos de trabalho, não nos obrigarem a fechar empresas e a despedir funcionários".
Marcações: Cristina Faria, Associação do Comércio Tradicional de Guimarães, covid19