Câmara de Guimarães esclareceu que é referência no combate às alterações climáticas
"Guimarães é uma das cidades melhor preparadas e com mais capacidade de resposta para enfrentar as consequências das alterações climáticas". Foi desta forma que a Câmara Municipal de Guimarães reagiu, em comunicado, aos resultados de um estudo da organização CDP – Disclosure Insight Action divulgado que aponta Guimarães como sendo a cidade que apresenta maior número de riscos identificados do impacto das alterações climáticas: ondas de calor, deslizamento de terras, vento severo, condições extremas de inverno, tempestades, inundações fluviais e incêndios florestais.
No esclarecimento divulgado, o Município refere-se ao relatório recente da Rede Carbon Disclosure Project (CDP), divulgado em fevereiro de 2019 e que estabelece o desempenho ambiental das cidades, em que Guimarães obteve a segunda classificação mais alta da escala de avaliação, inserindo-se no grupo que representa 10% das cidades mais bem classificadas em todo o Mundo.
Na referida nota de imprensa, faz-se alusão às bacias de retenção, inauguradas em junho de 2015, como um exemplo de uma das medidas de adaptação lançadas pelo Município. "A intervenção teve como principal objectivo a melhoria e a manutenção da função hidráulica da Ribeira da Costa, constituindo uma solução para evitar cheias no centro da cidade, com a criação de três bacias de retenção a funcionarem apenas em alturas de picos de pluviosidade intenso, no sentido de evitar inundações na parte baixa da cidade.
Desde 2015, após a entrada em funcionamento das bacias de retenção, não houve mais nenhum episódio de cheias na zona baixa da cidade, até então crítico no que diz respeito às inundações no espaço urbano".
Outra medida adoptada por Guimarães em nome do ambiente foi a construção da Academia de Ginástica. "Inaugurada em 2017, trata-se de um edifício ambientalmente sustentável e de referência, com um elevado grau de eficiência energética, ao consumir a energia produzida pela própria infraestrutura, com recuperações de calor e consumos energéticos compatíveis com o uso, próximos da autossustentabilidade. O edifício interliga-se igualmente com a Ecovia de Guimarães, cuja inauguração foi em 2018", acrescenta.
São ainda elencadas outras medidas ambientais: "a abertura do concurso para adjudicação de serviço de transporte público com uma taxa superior a 50% de autocarros 100% elétricos; a criação de mais de três dezenas de Brigadas Verdes no concelho de Guimarães com o objetivo da proteção do património natural; a transformação de prédios sociais em edifícios ambientalmente sustentáveis é já uma realidade, de que é exemplo o edifício social de Urgezes inaugurado em 2016, e a intervenção, em concurso de obra, de mais de 300 habitações sociais. Acresce a todas estas ações os programas educativos ambientais em todas as Escolas, com 50 estabelecimentos de ensino considerados “Eco Escolas” e o “Ecoparlamento”, um dos projeto-chave do Programa Ecológico de Guimarães para a Aprendizagem do Desenvolvimento Ambiental Sustentável – PEGADAS".
"Além da regeneração da fauna e flora autóctones das margens dos rios, verifica-se um aumento das áreas verdes em todo o município, onde se integra a rota da biodiversidade da montanha da Penha. Relativamente ao combate a incêndios florestais, a intervenção na montanha da Penha, em parceria com a Irmandade Nossa Senhora do Carmo, onde se inclui a classificação de Paisagem Protegida da Penha, bem como o contrato celebrado entre o Município e a empresa municipal VITRUS, têm por objetivo a valorização e proteção do património natural, com a manutenção, preservação e gestão de combustível dos espaços florestais e controlo de vegetação espontânea", prossegue o Município.
"No relatório de avaliação da CDP, divulgado em fevereiro deste ano, pode ainda ler-se que Guimarães é “uma cidade líder que demonstra melhores práticas em adaptação e mitigação, tem definidas metas ambiciosas e realistas, e tem demonstrado progresso para atingir essas metas. Apresenta atualmente planos estratégicos e abrangentes para assegurar que as ações que estão a adotar reduzirão os impactos climáticos e a vulnerabilidade dos cidadãos, empresas e organizações instaladas no território. Este é mais um processo de avaliação e monitorização contínua de indicadores de sustentabilidade que Guimarães utiliza, juntando ao processo do cálculo da Pegada Ecológica e Biocapacidade Municipal com a ZERO, ao Município ECOXXI com a ABAE e ao Pacto de Autarcas com a Comissão Europeia", conclui o Município.
Marcações: Câmara Municipal de Guimarães, alterações climáticas, CDP – Disclosure Insight Action