Segunda sessão pública sobre o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável
A Câmara de Guimarães promove na próxima quinta-feira, às 21h30, a segunda sessão pública sobre o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS). A iniciativa vai decorrer no auditório da Escola Secundária Francisco de Holanda, no âmbito do processo discussão do documento que propõe um novo paradigma de mobilidade para o Concelho, concedendo prioridade aos peões, aos meios cicláveis e aos transportes públicos. Aliás, "fazer de Guimarães um Município tendencialmente carbono zero" , foi o desígnio apontado pela equipa responsável pela elaboração do Plano, referindo que essa visão é partilhada "ao nível da dimensão política".
O Vereador do Departamento de Urbanismo, Fernando Seara de Sá, sustentou que o plano "é um projecto em aberto no que diz respeito às acções práticas. Mas, já não o é em relação aos objectivos estratégicos, porque define-os, e encaixa tudo o que são possibilidades de acção".
Referindo que "tradicionalmente este tipo de planos surge associado a um prazo e a um território e 'coisas' muito concretas a efectuar", sublinhou que "este tipo de plano 'plano-produto' começa a desactualizar-se no momento em que é aprovado, porque a realidade vai mudando". "As realidades evoluem e isso acontece de forma muito rápida", afirmou, apontando que a proposta que está em discussão pública "pretende alinhar uma estratégia para outro tipo de acções". "Não se trata de definir que, no ano tal, no dia tal, se vai fazer uma determinada acção, mas apontar os elementos que significam uma mudança de paradigma de mobilidade, uma mudança estrutural, não só para o comum dos cidadãos que vão ter de procurar outras formas mais eficazes de fazerem os seus movimentos no território, mas também de quem projecta e até de quem decide sobre o modo de apreciar e analisar estas questões". "O plano concebe-se de forma elástica, para que possa ser em qualquer momento adaptado", realçou, ao sustentar que "a própria avaliação proposta será concretizada de forma diferente". "Em vez de se medirem os quilómetros de ciclovia que forem construídos até ao horizonte 2030, a lógica será a de avaliar se o conjunto das acções que produziram efeitos", declarou.
"Em vez de medirmos o sucesso pela acção concreta que realizamos (quilómetros de ciclovia), vamos fazê-lo medindo quantas pessoas estão a andar de bicicleta, monitorizando a mudança de comportamentos decorrentes da acção prática implementada", considerou, lembrando que a meta em 2030 "é a de que sete por cento das pessoas possam utilizar a bicicleta nas suas deslocações de mobilidade pendular".
O Vereador do Departamento de Urbanismo garantiu que o PMUS "vai ser permanentemente monitorizado porque pretende-se que seja acompanhado tecnicamente na sua gestão e, ao fim de dois anos, será sujeito a uma apreciação". "Vamos averiguar o que se fez e o que não fez e o que será possível ainda fazer, em função de uma eficácia dos resultados e não do estrito cumprimento do plano e das acções", especificou.
Segundo Seara de Sá, o documento estruturante "funcionará como um plano director para a mobilidade". "Criámos focos, objectivos e acções concretas. E estão estruturadas as respostas que devem ser dadas em cada momento em que sejam colocadas perguntas", justificou.
"Se tivermos que fazer uma intervenção numa determinada rua, o desenho dela há-de corresponder ao conjunto de elementos transversais que estão já ali considerados", apontou, exemplificando "se a bicicleta poderá circular, qual o espaço destinado aos peões, os lugares de aparcamento automóvel se estiverem contemplados". "Haverá ali um conjunto de elementos que têm de ser considerados, sempre que seja necessário fazer uma intervenção", insistiu, vincando que está em causa novo paradigma de mobilidade desenhado para Guimarães que exige o envolvimento de todos.
Discussão pública na recta final
O PMUS está em discussão pública até ao final deste mês. Os documentos podem ser consultados no site do Município de Guimarães, no endereço https://www.cm-guimaraes.pt/pages/1418?news_id=4038, onde está vertida a visão em sete áreas de intervenção e o respectivo enquadramento temático: A Cidade que Caminha (Rede pedonal e Qualidade de Circulação Pedonal); A Cidade Ciclável (Rede, sistema e incentivo à mobilidade ciclável); A Promoção dos Transportes Públicos (Serviço, Infraestrutura e Material circulante); A Optimização do Sistema Viário (Rede viária, estacionamento e logística); A Integração de Modos (Intermodalidade); As Dinâmicas do Planeamento da Mobilidade (Instrumentos de Planeamento) e A Introdução de Nova Cultura de Mobilidade (Sensibilização e Formação).