Serviços da Câmara de Guimarães emitiram 294 licenças para novas construções em 2017
Está a crescer o interesse pelo investimento na construção imobiliária em Guimarães, assistindo-se a um aumento do volume de pedidos de informação e de processos em análise nos serviços municipais.
O Vereador do Departamento de Urbanismo, Centro Histórico e Vistorias Administrativas, assinala a existência de "uma retoma na construção civil, um ambiente mais optimista para o investimento", apontando para o facto de ser possível verificar esse dinamismo, contando o número de gruas que estão colocadas em diferentes projectos em curso na Cidade. "Há um incremento de processos de construção, os investimentos estão a surgir depois de um tempo em que as pessoas estavam expectantes", considerou o arquitecto Fernando Seara de Sá, ao revelar ao nosso jornal os dados respeitantes aos pedidos de licenciamento de obras referentes ao ano de 2017.
O responsável aproveita para constatar a mudança verificada em algumas artérias da Cidade, exemplificando com o caso da Rua de Camões que "está a sofrer uma alteração em função do movimento das obras em curso em vários edifícios, quer para serviços, quer para habitação". "Há uma mudança de paradigma. Se até há alguns anos, a tendência era abandonar o centro da cidade e construir na periferia, agora as pessoas perceberam a importância de valorizar os edifícios antigos, investindo na sua recuperação porque o "centro tem valor", observa o Vereador, indicando que o futuro passará pela reabilitação e refuncionalização dos edifícios, embora ainda persista o interesse pela construção de raiz.
"Vamos assistir gradualmente à ocupação dos edifícios devolutos para habitação, em conciliação com outros programas", continuou, alertando para a existência de mecanismos de financiamento mais favoráveis para o investimento na requalificação e reaproveitamento de imóveis.
No caso da cidade de Guimarães e, em particular, no Centro Histórico, o Vereador sublinha o crescente interesse dos investidores, na reabilitação e regeneração do conjunto edificado "num processo que é sempre contínuo" e está a ser fomentado com as Áreas de Reabilitação Urbana que abrangem a Cidade, as vilas do Concelho e algumas áreas industriais. "As áreas de reabilitação urbana são instrumentos que agilizam e facilitam a actuação sobre o património", refere Seara de Sá, reconhecendo que a acção do Município no espaço público e na criação de equipamentos âncora poderá ser "o motor indutor" da confiança e da oportunidade para os privados.
A construção do Parque de Estacionamento Caldeiroa/Camões em curso e cuja conclusão está prevista para o final deste ano, o Vereador do Departamento de Urbanismo está confiante nas "modificações" que aquela zona da Cidade vai sofrer, prolongando as características identificadas no Centro Histórico àquele espaço urbano. "Vai sedimentar o espaço residencial, porque os moradores vão ter aparcamento automóvel sem ocuparem as ruas. Todas as coberturas serão ajardinadas e fruíveis pelas pessoas, criando um interior no quarteirão utilizável pelas pessoas, como espaço natural, numa espécie de jardim", observou, ao indicar que a Rua da Caldeiroa e a Rua da Liberdade deixarão de ser laterais, mostrando-se confiante na refuncionalização dos edifícios industriais ali existentes.
Sem revelar pormenores dos projectos imobiliários que estão em fase de apreciação, o arquitecto apontou ainda o caso da Avenida D. João IV, onde tem "a expectativa de ser rematado o conjunto edificado", estando "vários processos a tramitar".
Processos de licenciamento de habitação tramitados e concluídos com alvará de licença em 2017
- 294 construções novas
- 74 pedidos de ampliação
- 12 alteração em todo o edifício
Numa análise por freguesias, os pedidos de licenciamento para construções novas verificam-se maioritariamente em Selho S. Jorge (20), Ponte (19), União de Freguesias de Sande Vila Nova e Sande S. Clemente (15), União de Freguesias de Candoso S. Tiago e Mascotelos (12), Creixomil (11) e Azurém, Brito e Costa (10).
Marcações: Construção, Licenciamento, Fernando Seara de Sá