Paulo Morais diz que corrupção é a principal causa da crise económica

A corrupção é a principal causa da crise actual. A ideia foi defendida por Paulo Morais, no primeiro “Colóquio para a Cidade”.
Na conferência que decorreu nas instalações da Assembleia de Guimarães, Paulo Morais salientou que as finanças públicas portuguesas estão depauperadas devido a situações concretas, dando como exemplos, o escândalo do BPN, BPP ou a construção de estádios para o Euro 2004.
“Houve rombos sistemáticos e permanentes nas finanças públicas”, salientou.

Sem meias palavras, Paulo Morais acrescentou que a dívida pública resultou também da “muita corrupção ocorrida nos pelouros de urbanismo das câmaras municipais” 
“A especulação imobiliária é responsável por 70 por cento da dívida privada, ou seja, cinco vezes mais que o financiamento de toda a economia nacional”, afirmou o conferencista.

Para Paulo Morais apesar da grave crise económica a situação “não está estancada”, salientando que continuam as “manobras de corrupção. Actualmente, conseguem-se mais valias na ordem dos 700 por cento e mais em negócios urbanísticos”.

O antigo político referiu ainda que também o Orçamento de Estado “continua a financiar grandes grupos económicos que depauperaram e continuam a depauperar as finanças públicas”.
“Apesar de haver gente a passar fome, continua tudo como se estivesse tudo bem”, salientou.

Na sua opinião, “é preciso muito rapidamente actuar ao nível da transparência, criando tribunais especializados”. Porém, a medida que considera “mais importante e higiénica” para a vida portuguesa “é a recuperação dos activos que têm sido levados pela corrupção”.

“Tem de haver vontade política para inverter este estado de coisas. É preciso confiscar as fortunas das pessoas envolvidas nos actos de corrupção”, referiu.
Caso isso não aconteça, se não houver inversão deste percurso “é o regime que periga”, alertou.
“Num país  como Suécia, a corrupção á atacada rapidamente como se fosse uma constipação e rapidamente se resolve. Se não for atacada pode passar de constipação a pneumonia e até à morte”. Por isso defende a  responsabilização criminal dos políticos.


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