Há 4 mil estudantes com propinas em atraso na Universidade do Minho

“Muitos alunos acabarão por anular as suas matrículas”, afirma Carlos Videira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho à Rádio Santiago.
A situação financeira do país obriga, cada vez mais, os estudantes universitários a desistirem do ensino superior. Especula-se que a propina máxima cobrada anualmente por uma licenciatura nas universidades públicas irá aumentar no próximo ano lectivo para 1.066.20 euros. O valor da propina é determinado em detrimento da taxa média de inflação em que, no ano passado atingiu 2,8 por cento.

O valor das propinas tem vindo a aumentar na Universidade do Minho. Desde 852 euros, valor pago no ano lectivo 2002/2003 até 1.037,20 euros, valor actual, aprovado em reunião de Conselho Geral  da Universidade do Minho em 2012. Carlos Videira, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), explica que um dos motivos que, inicialmente impulsionaram esta subida, foi a tentativa de melhorar o ensino superior. Contudo, após vários anos de aumento nas propinas, esta explicação não convence o presidente da AAUM.

Para descontentamento dos alunos, assim como dos seus pais, “continuaremos a ver este valor a aumentar, eventualmente, 29 euros,  para o ano lectivo 2013/2014”. Assim, a confirmar-se, a propina máxima  fica no valor de 1.066,20 euros. Este aumento, para Carlos Videira, é “irracional” e “inaceitável” uma vez que, “há cada vez mais estudantes que se vêm com muitas dificuldades para pagar as suas despesas no ensino superior”, lamenta. Segundo este, as consequências deste eventual aumento, passa pelo abandono escolar, visto que, segundo os dados disponibilizados à AAUM, já 700 alunos desistiram da Universidade do Minho no ano passado, fora os que deixaram de frequentar as aulas e congelaram as suas matrículas. Afirma ainda que, “certamente muitos acabarão por anular as suas matrículas” e que irá “prejudicar” os objectivos assumidos pelas universidades e por Portugal a nível educacional e profissional.

Fundo de emergência
O ano passado, revelou-se como o ano com maior abandono no Ensino Superior Público. Estima-se que, quatro mil alunos encontram-se com atrasos nos pagamentos das propinas na UM. Como tentativa  de solucionar este problema, assim como o do abandono escolar, a Universidade do Minho juntamente com os Serviços de Acção Social e AAUM criou o Fundo Social de Emergência com uma verba inicial de 125 mil euros. Este programa, segundo o Reitor da academia, entrará em vigor no início do 2º semestre lectivo e visa, sobretudo, a auxiliar os alunos nas suas “emergências” financeiras como, por exemplo, o pagamento de rendas, de contas, de transportes e de propinas. Os critérios de selecção ainda não estão estabelecidos, uma vez que, este programa irá ser aprimorado e desenvolvido ao longo deste semestre em função das necessidades dos alunos.

Como representante dos alunos da sua nobre academia, Carlos Videira afirma que os alunos, sobre o eventual aumento das propinas, mostram-se revoltados devido à situação financeira do país, aos cortes salariais e à taxa de desemprego. Sobre o fundo, as expectativas são boas, pois irá auxiliar os alunos com carência monetária nas suas despesas no Ensino Superior Público. 

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