Renovação do Largo do Toural com aceso debate

O projecto de renovação do Largo do Toural está longe de ser consensual. A modificação prevista para a praça que é o coração da Cidade de Guimarães esteve, ontem à noite, a ser analisada, num debate que contou com uma elevada participação de pessoas interessadas em partilhar a sua opinião. No salão nobre da Sociedade Martins Sarmento, a apreciação crítica mais contundente ao projecto foi apresentada por uma responsável do Departamento de Arquitectura da Universidade do Minho. Maria Manuel apontou que a criação de um desnivelamento da circulação automóvel no Toural pode causar uma ferida difícil de cicatrizar.
Um dos arquitectos responsáveis pelo projecto, Seara de Sá, justificou que o desnivelamento foi traçado para que quem circula de automóvel no Toural ter a possibilidade de ver a praça. Recusando-se a aplicar o termo "túnel" para classificar o desnivelamento, o arquitecto lembrou que a análise da proposta deve ser enquadrada no conjunto de mudanças que a Cidade vai sofrer. Referindo-se ao facto da Zona de Couros passar a ter uma nova funcionalidade, o arquitecto justificou a necessidade de criar mais espaços de estacionamento.
Durante a sessão, a eliminação de árvores no Largo do Toural mereceu contestação. Seara de Sá prometeu compensar o abate daquelas árvores com a plantação do dobro no jardim da Alameda.
No final do debate, o Presidente da Câmara prometeu organizar mais debates sobre o projecto de renovação do Largo do Toural, antes de ser tomada uma decisão definitiva da intervenção a realizar naquele espaço.


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