Encontro da Associação de Arritmologia debateu causas da morte súbita
As causas da morte súbita foi um dos temas em destaque na reunião anual da Associação Portuguesa de Arritmologia liderada pelo cardiologista do Hospital da Senhora da Oliveira, Vítor Sanfins. A pertinência do tema está expressa na certeza de que em Portugal não há dados rigorosos sobre o número de óbitos por morte súbita.
Na reunião anual Arritmias 2022 que decorreu em Cascais, uma das mesas redondas foi organizada com o Instituto Nacional de Medicina Legal tendo como objectivo não só divulgar as melhores práticas ao nível da autópsia e ao nível daquilo que é possível fazer hoje em dia em termos de estudo genético, mas apontar para um protocolo de entendimento para que as autópsias que não sejam conclusivas quanto à causa da morte sejam alvo de um estudo genético.
Na reunião que contou com um número recorde de participantes, foram abordadas as novidades ao nível da arritmologia, não só os novos dispositivos que podem ser implantados, nomeadamente pace maker e desfibrilhadores, mas também os tratamentos para as arritmias mais frequentes como é o caso da fibrilhação auricular.
A merecer destaque, também, foi a conferência do Professor Pedro Brugada, clínico que identificou a doença identificada por Síndrome de Brugada que é causa frequente de morte súbita. "A área de Guimarães tem muitas vítimas e muitas pessoas identificadas como sendo portadores dessa doença", referiu Vítor Sanfins.
Pedro Brugada que partilhou a sua experiência de 50 anos de prática clínica, deverá marcar presença em Guimarães, em Novembro próximo, nas Jornadas de Cardiologia do Minho.
Na reunião de Cascais foram apresentadas estatísticas hospitalares sobre a arritmologia, que permitiram verificar que o Hospital de Guimarães "é um dos melhores ao nível do número de doentes tratados por ano, nomeadamente nas técnicas mais complexas" e da sua actividade geral, destacando o trabalho de todos os profissionais e, nomeadamente, da colega Sílvia Ribeiro, vice-presidente do Serviço de Electrofisiologia.. Em tempo de pandemia, "em 2020 e apesar de todas as limitações com o espaço da unidade onde são tratadas as arritmias a servir de bloco operatório para a covid, conseguimos aumentar a nossa actividade em cerca de 5% em relação a 2019 e em 2021, apesar de todas as restrições pelos mesmos motivos, o número de doentes tratados aumentou cerca de 20%. Para além disso, continuamos sem lista de espera de doentes cardíacos na área da arritmologia no Hospital de Guimarães", concluiu Vítor Sanfins.
Na reunião Arritmias 2022 participaram diversos profissionais do Hospital de Guimarães, nomeadamente os médicos Pedro von Hafe e Filipa Cardoso, os enfermeiros Miguel Santos e Tiago Alves e os técnicos Renato Abreu e Assunção Alves.
Marcações: Arritmias 2022, Vítor Sanfins