Ex-ministra Alexandra Leitão diz que não se pode ignorar a extrema direita

A antiga ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, defendeu que não há “soluções simples para problemas complexos” e que muito do apelo da extrema-direita se deve a “problemas de falta igualdade e coesão social, que ao deixarem cidadãos para trás os conduzem a processos de radicalização”.

Sublinhando que “se não se pode ignorar a extrema-direita, também não se pode normalizá-la", referiu a necessidade de "dar-lhe o combate democrático necessário, sem cercas sanitárias mas com determinação, explicando às pessoas o que é preciso explicar, porque o voto da extrema-direita é o voto de protesto e da sensação de abandono por parte do Estado e da sociedade”.
Alexandra Leitão falava na sede do PS numa conferência sobre «O populismo está a ameaçar ao estado de direito». Mostrando-se preocupada “com a incapacidade dos partidos tradicionais conseguirem chegar aos jovens”, defendeu a necessidade da revalorização social da educação e da formação académica. Temendo que “o consenso social sobre a importância da educação se possa estar a perder”, dados os baixos salários dos jovens licenciados e os custos da habitação nas cidades, defendeu que o PS deve fazer um enorme esforço nas políticas de habitação e aumento dos salários, reconhecendo ainda a falta da atratividade da função pública como um dos bloqueios que o PS tem de resolver. Na sua intervenção reconheceu que “estamos a chegar a um momento de algum cansaço relativamente ao governo, já que são as mesmas pessoas há muitos anos”, mas que a única alternativa ao PS é um PS ainda mais progressista, manifestou preocupação por ver ”jovens muito jovens com pensamento muito antigo” e ver progredir a retórica da “competição social quando as sociedades que mais evoluíram foram sempre aquelas que o fizeram através do envolvimento colaborativo de todos”.

Na sessão, Ricardo Costa, Presidente do PS de Guimarães, defendeu que “tão importante como os resultados económicos é a redistribuição social e que, por isso, se os resultados económicos são bons temos de redistribuir mais e melhor”.


Marcações: Alexandra Leitão

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