Propriedade do edifício da antiga Torre da Alfândega dominou discussão na reunião do executivo vimaranense
A quem pertence a antiga torre da Alfândega, onde está ainda conservada a muralha que ostenta a inscrição «Aqui Nasceu Portugal»? A questão motivou uma intensa discussão no período antes da ordem do dia, na reunião desta quarta-feira do executivo vimaranense.O Vereador do CDU, José Torcato Ribeiro, acusou a gestão socialista de ter cometido "negligência na defesa do interesse de Guimarães", por considerar que a Autarquia não exerceu o direito de preferência na venda de um imóvel que, no seu entender, garante o acesso ao pátio superior da antiga torre da alfândega.
Confrontado com a acusação, o Vereador da Cultura, responsável também pela área do Centro Histórico, contestou alegando que o imóvel em causa não corresponde ao edifício da antiga torre e, por isso, a Autarquia não exerceu o direito de preferência.
O Vereador da CDU apresentou na reunião do executivo uma maquete dos edifícios existentes no quarteirão da antiga muralha e documentação onde diz sustentar a sua posição. José Torcato Ribeiro considera que o Município perdeu uma oportunidade de "ficar com um importante legado patrimonial".
O Vereador da Cultura adiantou que a Câmara está empenhada em criar um percurso turístico, em torno das muralhas de Guimarães, incluindo o acesso à torre da alfândega. José Bastos sustentou que há outras formas de aceder àquele pátio que oferece um miradouro privilegiado sobre a Cidade, actualmente inacessível.
O PSD, por intermédio de André Coelho Lima, também confrontou a maioria socialista, observando a sua estranheza pelo facto do nome Domingos Machado Mendes, "andar à frente de alguns negócios da Câmara de Guimarães", dando o exemplo dos terrenos da Cidade Desportiva e do edifício do posto de saúde da Oliveira.
O Presidente da Câmara, Domingos Bragança, reagiu e revelou que a Autarquia está a tentar reverter a alienação do edifício do antigo posto de saúde da Oliveira, vendido pelo anterior Governo, lembrando o processo judicial em curso relacionado com o valor dos terrenos da Cidade Desportiva.
Quanto ao edifício da antiga torre da alfândega, no cerne da polémica questão está na propriedade do nº 33 da Rua do Anjo. Uma propriedade que, de acordo com a documentação disponível, ainda não está devidamente clarificada.
Aliás, o GuimaraesDigital sabe que a Santa Casa da Misericórdia de Guimarães tem em curso levantamento para averiguar os seus direitos de propriedade no imóvel em causa.
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