Junta de Caldelas quer mais competências e mais meios para responder às exigências dos cidadãos
Com uma sessão solene da Assembleia de Freguesia, a Junta de Caldelas comemorou este domingo os 82 anos da elevação à categoria de Vila da povoação de Caldas das Taipas.
Durante a cerimónia, o Presidente da Junta de Caldelas defendeu a importância da descentralização de competências para o desenvolvimento do território, considerando que "no momento em que a vila das Taipas atravessa uma transformação profunda, importará reflectir sobre quem e como podem melhor ser alcançados os objectivos quotidianos da vila". Luís Soares exemplificou: "a limpeza, a higiene urbana, a manutenção e conservação do espaço público, o apoio às associações, a promoção da cultura e do desporto, a promoção das políticas sociais ou da área da saúde".
"O Município de Guimarães nos últimos quatro anos tem dotado a Junta de Freguesia de mais competências e de mais meios para o exercício de muitas das suas funções. E tem sido na relação de cooperação que se tem fundado o desenvolvimento da nossa comunidade, mas é preciso delegar mais e é preciso sobretudo dotar esta e porventura outras freguesias de mais meios sob pena de colectivamente estarmos a falhar aos cidadãos", afirmou o Autarca.
"O tempo que precede a requalificação da obra do centro, é o tempo certo para que Presidente, Vereadores, Assembleia Municipal, Assembleias de Freguesia e Juntas de Freguesia, aqui no nosso território se discuta este assunto de forma séria. O território uno do concelho que defendo exige que os nossos representantes tenham uma visão cada vez mais integrada. O caminho nunca pode ser o de centralizar, mas sim o de descentralizar e delegar. O caminho tem de ser o de continuar a envolver e envolver mais", sublinhou, garantindo que a melhoria de acessibilidades, a requalificação urgente do centro da vila e a prossecução do desenvolvimento sustentável na margem do rio são objectivos que estão identificados.
"Nos últimos quatro anos, foi possível avançar e avançamos em conjunto", advertiu, garantindo: "da nossa parte nunca verão um seguidismo, quando foi discutida a Variante ao Avepark dissemo-lo que ela não era uma resposta única para os problemas de mobilidade do concelho e de acessibilidade à zona Norte".
O Presidente da Junta de Freguesia de Caldelas assumiu a intenção de requalificar a Casa do Canto de Cima e observou que a requalificação da margem do rio desde Donim até Serzedelo já tem financiamento comunitário, num discurso em que apelou ao envolvimento de todos para que o passado de forte identidade continue a projectar o futuro da vila das Caldas das Taipas.
Na sua intervenção, o representante da Coligação Juntos por Guimarães (CJpG) referiu-se aos "constrangimentos" antigos "que não fomos capazes de responder", problemas do passado como a melhoria do acesso à EB 2, 3 agora requalificada, em que a obra foi "uma oportunidade perdida para alterar a postura de trânsito". Manuel Ribeiro alertou que "é tempo de pensar a sério numa variante para as Taipas alternativa à actual Circular que não responde cabalmente ao fluxo de trânsito que a determinadas horas a entopem", perspectivando que a futura via do Avepark "não vai resolver o problema do trânsito" àquela zona do Concelho.
O representante lamentou a demora na concretização do projecto de requalificação do centro da vila e os problemas que afectam quem ali vive e trabalha. "São obras que nunca mais acabam. Os comerciantes, os prestadores de serviços, a indústria não pode ficar refém de obras cujo fim ninguém consegue prever. Essas pessoas têm responsabilidades que implicam custos, têm funcionários, suportam rendas, têm famílias para sustentar e ainda todos os. Esse prejuízo líquido tem de ser compensado para haver alguma justiça. Em situações equivalentes, houve municípios condenados pelos tribunais a indemnizar os comerciantes. Outros municípios tomaram a iniciativa de compensar. É tempo de fazer justiça aos comerciantes afectados directamente com as obras infindáveis no centro da vila", defendeu.
Na cerimónia, Horácio Nogueira fez uma intervenção em representação do PS em que sublinhou que a "vila está orientada para o futuro". "Vivemos numa vila em efervescência, numa vila em mudança, o que tem custos, mas os proveitos serão bem maiores. Será como uma dor de crescimento que passamos, que sentimos no momento, mas que devemos encarar com força e coragem", afirmou.
O Presidente da Assembleia de Freguesia apelou à "unidade" entre as forças vivas da terra e entre as forças políticas. "Unidade entre a freguesia e Santa Clara, todos precisamos de todos", disse Joaquim Oliveira. "Apesar das divergências salutares, somos convidados e obrigados a atingir o mesmo objectivo, só assim o Concelho e mais do que concelho as Caldas das Taipas poderão trilhar a senda do progresso. À unidade atrevo-me a juntar a harmonia, entre todos os intervenientes da vida política, social, desportiva e cultural", frisou.
Na cerimónia, em representação do Município, Sofia Ferreira destacou que "a vila das Taipas ocupa um lugar ímpar na história de Guimarães e continua marcar o desenvolvimento do seu território", fazendo questão de realçar a dinâmica das suas instituições e do seu tecido económico e social. "A história que estamos a construir é a de um futuro promissor para a vila das Caldas das Taipas".
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