Reunião de Câmara: "Desassossego" nas escolas motivado pela greve preocupa maioria e oposição
Há uma situação de "desassossego nas escolas" do concelho de Guimarães motivada pela greve de professores e de outros profissionais ligados ao sector do ensino.
A expressão foi utilizada pela Vereadora da Educação, Adelina Paula Pinto, na reunião do executivo vimaranense, desta quinta-feira, ao responder à intervenção do líder da Oposição.
No período antes da ordem do dia, o Vereador do PSD, Bruno Fernandes, começou por reconhecer "a legitimidade do direito à greve", mostrando preocupado com o seu impacto nos alunos que frequentam as escolas do Concelho.
“Não se discute a legitimidade”, insistiu, ao observar que "parte da luta tem a ver com competências transferidas para os Municípios". Bruno Fernandes aproveitou a ocasião para saber se "há informação das competências que possam vir para a esfera municipal ou intermunicipal", perguntando "se o Município tem sido ouvido no sentido de passar a ter competências relacionadas com o processo de contratação dos professores". "As greves tem impacto no dia-a-dia das escolas. Nas escolas sob alçada do Município, este impacto tem sido controlado e minimizado ou estamos com problemas?", indagou o representante socia-democrata.
Na resposta, a Vereadora da Educação reconheceu a "situação de desassossego" verificada mais em certas escolas do Concelho porque a adesão à greve sofre diariamente oscilações.
Adelina Paula Pinto explicou que a descentralização de competências abrange "as áreas mais funcionais". "Nunca esteve em cima da mesa, no processo de transferência de competências, a questão da contratação dos professores. Aquilo que implica a componente escolar fica do lado do Ministério”, afirmou, ao dar conta que "há situações muito divergentes no concelho, com escolas com grande impacto decorrente da adesão à greve, para os pais e para as aprendizagens dos alunos e há escolas onde a greve não é visível".
"O encerramento de uma escola é uma decisão só feita pelo Director, em função dos recursos humanos que dispõe. Vejo com muita preocupação o desassossego em que a escola está, porque os professores sentem-se lesados, os assistentes sentem-se lesados, mas sobretudo pelos alunos”, referiu, realçando "toda a legitimidade que os professores e pessoal não docente têm para fazerem greve pela validade das suas preocupações e exigências".
De acordo com os dados divulgados pelo Município, esta quinta-feira, a greve registou uma adesão de 84, 78 por cento dos funcionários do Município colocados no Agrupamento de Escolas João de Meira. A Escola EB 2.3, a EB 1 de São Roque e a EB 1 de Oliveira do Castelo estiveram encerradas. No concelho, a EB 1 de Ronfe também não teve actividades lectivas.
Em termos gerais, 7, 96 por cento dos funcionários municipais colocados nas escolas do concelho aderiram à paralisação.