Língua Portuguesa em foco na cidade-berço
A Câmara Municipal de Guimarães e a Universidade do Minho realizam ao longo deste dia um seminário para celebrar o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Esta é uma iniciativa que agrega toda uma Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e Francisco Ribeiro Telles, Secretário Executivo da CPLP, sublinhou na sessão de abertura a responsabilidade da desta comunidade em manter viva a Língua Portuguesa. "A CPLP tem a língua portuguesa como elo de ligação e a nossa língua pertence a todos que a usam. Devemos tratar a cultura como um recurso estratégico e a língua como um activo geoestratégico económico de primeira importância", disse.
Na sua intervenção, António Sampaio da Nóvoa, Embaixador da UNESCO, defendeu que a língua portuguesa deve estar na "praça pública", destacando a dimensão científica e de comunicação do português. "Temos o dever de proteger o português como língua científica e reforçar a comunicação digital, embora o português não está muito mal neste campo, sobretudo pelo trabalho no Brasil.
A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas lembrou o impacto da língua portuguesa para falantes de português. Berta Nunes sublinhou que o português "é uma forma de entender o mundo" e que está em "permanente transformação", sendo uma língua considerada uma "raíz do acolhimento" que "une a comunidade em que se encontra".
Já Rui Vieira de Castro,Reitor da Universidade do Minho, falou sobre o papel das Universidades na língua portuguesa. "Das universidades espera-se que assegura a formação das pessoas num complexo de dimensões. O desenvolvimento da língua é uma tarefa que não pode ser ignorada. À universidade cabe criar diversas iniciativas culturais, das quais a língua deve ser ancorada", apontou.
Adelina Pinto, vice-presidente da Câmara de Guimarães, apresentou as razões pelas quais se justifica realizar o Dia Mundial da Língua Portuguesa em Guimarães. "Tivemos a ousadia de pensar que estamos no berço da nacionalidade, onde se formou a língua. A língua é identitária e precisa de ser estudada. A relação que temos com a universidade é absolutamente crucial para o conhecimento da língua. Tendo Guimarães uma universidade é uma oportunidade de refletirmos. Além disso, Guimarães tem feito um trabalho da diáspora com os nossos emigrantes nas cidades que temos geminadas", referiu Adelina Pinto, acrescentando que a língua portuguesa é factor de inclusão em Guimarães
O programa das comemorações vai ser em regime híbrido, com sessões presenciais e por via digital. Destaque ainda para a apresentação do Museu da Língua de S. Paulo e para o Museu Virtual da Universidade do Minho. Na cerimónia será ainda oficializada a criação da Associação Luso-Brasileira de Apoio à Arte, num protocolo estabelecido entre o Município de Guimarães e o Brasil, que terá sede em Guimarães e em S. Paulo e que vai permitir a permuta de cultura entre os dois países.
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