VÍDEO: Conquistas diárias no centro de apoio à aprendizagem da EB 1 de Oliveira do Castelo

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É com espírito de missão que a equipa do Centro de Apoio à Aprendizagem, da Escola EB 1 de Oliveira do Castelo, enfrenta os constantes desafios para responder às necessidades educativas especiais das crianças. Uma sala com recursos pedagógicos diferenciados serve de apoio e elo para a ligação dos alunos especiais e as suas respectivas turmas, num modelo de aprendizagem exigente que privilegia a inclusão.

Adelaide Novais, coordenadora da EB 1 Oliveira do Castelo, destaca a importância do contacto com "a natureza e com o ar livre", ao explicar como tem vindo a ser transformado o recreio do estabelecimento de ensino para esse efeito. "Estamos a adaptar o recreio para que os nossos alunos brinquem e aprendam", diz, referindo-se à dimensão do projecto destinado a toda a comunidade educativa, frisando que os alunos acompanhados pela equipa do centro de apoio precisam de "sentir e ver o mundo exterior".

Por isso, continua a acalentar a esperança de ter uma sala "totalmente envidraçada, mais virada para o recreio" para o desenvolvimento das suas actividades de aprendizagem. "Para perceberem o movimento, conseguirem observarem tudo", explica, ao considerar que as instalações também constituem uma ferramenta pedagógica essencial no processo de aquisição de competências e desenvolvimento de capacidades. "Esta é a sala onde é feita a ligação com tudo. E quanto mais adaptada estiver às necessidades de cada menino ou menina, melhor será o resultado do trabalho da nossa equipa e das suas famílias. Acredito que vou conseguir", perspectiva Adelaide Novais, enaltecendo as iniciativas que a Câmara Municipal de Guimarães tem vindo a implementar para melhorar os recursos e favorecer a integração dos alunos, como as sessões de fisioterapia, psicomotricidade e as «férias inclusivas».
A conversa com a responsável decorre pela manhã, poucos minutos depois do início das actividades lectivas, enquanto as crianças que frequentam aquela unidade eram acolhidas e orientadas para com autonomia executarem diferentes tarefas, com o apoio das duas professoras do ensino especial e das assistentes operacionais.

"Aqui, as conquistas são diárias. Tentamos dar continuidade de todo o trabalho que os pais fazem em casa conforme as características de cada criança e tentámos integrá-las nas salas de aula, proporcionando a aprendizagem de acordo com as suas competências, desenvolvendo-as e explorando-as, ajudando a descobrir novas capacidades", adianta Ana Rita Gomes, professora do ensino especial. "Somos uma equipa dentro da escola", acrescenta, insistindo que "a articulação com a família é fundamental para atingir objectivos". "Só olhando para a criança como um todo é que nós a conhecemos e podemos colaborar no processo de educativo. Muitas vezes, os pais pedem-nos ajuda para solucionar dificuldades que sentem, por exemplo na introdução de novos alimentos. Há crianças que rejeitam determinados alimentos que acabam por aceitar em ambiente escolar", elucida, sublinhando que os valores da "partilha e troca, com avanços e recuos" fazem parte do esforço comum. "Só assim conseguimos fazer o nosso melhor por eles!", observa, ao sublinhar: "a família nunca desiste e a equipa que está ligada ao ensino também assume esse compromisso". "É preciso olhar sempre para estas crianças como seres humanos ricos e especiais. É preciso ser criativo na procura de soluções, mas as conquistas são recompensadoras. Há dias, tivemos a introdução de um novo alimento e a assistente operacional esteve 40 minutos a dar um lanche. Foi o tempo necessário para se atingir o objectivo. Só alguém com muito sentido de missão consegue essa disponibilidade", comentou Ana Rita Gomes, alertando: "crescemos muito com estas crianças, com a alegria contagiante, com o afecto que diariamente nos trazem". Pela primeira vez colocada na EB 1 de Oliveira do Castelo, a professora reconhece que a aceitação exigiu "um tempo de conquista, mas os laços já estão estabelecidos".

Susana Abreu já acompanha o grupo há mais tempo e sentiu o impacto causado pela pandemia na evolução das crianças. "A suspensão das actividades lectivas devido ao confinamento causou alguns retrocessos. Estas crianças precisam das rotinas e da continuidade das aprendizagens que fazem", apontou, considerando que a adaptação às restrições tem sido até surpreendente.

Para quem aceita os desafios do ensino especial, a disponibilidade e a dedicação determinam também a evolução das conquistas, não podendo ser fixado com rigor o tempo traçado para a obtenção de um objectivo. "Temos de dar tudo para conseguir a evolução desejada. É um trabalho de equipa que demora tempo... E no qual está envolvida toda a escola. As crianças acompanhadas no centro de apoio estão integradas nas turmas da escola e têm contacto com os seus colegas", explica, apontando para os trabalhos afixados num painel em que se destacava num dos desenhos a mensagem "Somos todos diferentes e especiais". "Ninguém é perfeito, todos precisamos de algum tipo de ajuda", assinala Susana Abreu, expressando que seria capaz de enumerar as características distintivas de cada uma das crianças daquela sala porque batem-se como "heróis e heroínas na superação das limitações com que nasceram".

O exemplo
de Miguel Maria

Miguel Maria frequenta o 2º ano na Escola EB 1 de Oliveira do Castelo. A sua evolução tem sido surpreendente. A mãe diz que "acalmou e conquistou autonomia". Mónica Barroso tem vindo a empreender uma cruzada junto dos serviços de Segurança Social para ver reconhecidos os direitos do filho a quem foi detectado um atraso global no desenvolvimento.

"A escola transformou a vida do Miguel Maria, o progresso é contínuo", esclarece, lamentando que os apoios públicos para estas crianças não sejam mais transparentes. "Têm de ser os pais a procurar os subsídios e os apoios financeiros complementares para as terapias a quem têm direito", realça, ao defender que a inclusão deles também precisa desse apoio.

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