Megacentro de investigação de excelência cria centralidade internacional no Avepark

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior presidiu esta terça-feira à sessão pública de lançamento do megacentro de investigação europeu de excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão que terá sede no Avepark. Manuel Heitor garantiu o empenhamento do Governo para a criação das condições indispensáveis ao desenvolvimento de um projecto académico que seja uma referência internacional.

Fazendo questão de elogiar o trabalho do Vice-Reitor da Uminho, Rui Reis, por ter liderado um projecto aprovado pela Comissão Europeia, no âmbito do exigente programa Teaming do Horizonte 2020, Manuel Heitor enalteceu o facto deste projecto "criar uma nova centralidade de investigação hoje reconhecida em todo o mundo e na Europa", aludindo à actividade desenvolvida pelo grupo 3B's, "Se há 20 anos isto parecia impossível, a actual realidade deve-se ao trabalho árduo de muitos investigadores com a liderança do Rui Reis e com o apoio da Universidade do Minho que criaram uma nova centralidade", disse, ao considerar que "o projecto é a clara dignificação do que é o trabalho de todos para criar novas centralidades e, por isso, é também um grito de esperança". 

"Se acreditamos que o futuro constrói-se com mais conhecimento, temos de acreditar que o conhecimento é para todos e em todas as regiões. O novo centro e reconhecimento europeu que torna hoje o Avepark um centro de referência internacional, dá-nos a credibilidade e a confiança para abrir mais a investigação ao ensino superior", continuou, advertindo: "agora, o desafio é pôr o Avepark à prova com o resto dos centros da Uminho, a trabalhar em articulação com os hospitais e a prática clínica".
Insistindo na ideia de que os resultados da actividade científica devem chegar aos cidadãos, o governante salientou: "mais do que uma celebração, estamos a lançar um desafio e esperamos verdadeiramente, com o tipo de pessoas e das instituições envolvidas que este projecto se transforme numa referência e num projecto piloto para demonstrar o que é um centro clínico, o papel do investigadores nos dias de hoje para contribuírem para o reforço da qualidade de vida". "Isso exige mais do que fazer investigação e do que criar um laboratório, exige um quadro institucional muito complexo para garantir que todos os resultados da investigação chegam à prática hospitalar", apontou, esperando o envolvimento dos médicos, enfermeiros, técnicos de saúde e dos doentes para "ganharem com o conhecimento".

O «The Discoveries Centre» reúne cinco universidades nacionais – Minho, Porto, Aveiro, Lisboa, Nova de Lisboa – e a University College London, uma das líderes mundiais na área da saúde. Terá sede no Avepark, pólos em Aveiro, Porto e Lisboa e um campus de suporte em Londres.

Depois do Bexit, Manuel Heitor não ignorou que "vivem-se tempos delicados na Europa, com a saída do Reino Unido da UE que vai ter implicações profundas no orçamento europeu que não se conhecem ainda". Porém, sustentou, "a criação de um centro entre instituições portuguesas e uma instituição do Reino Unido é muito interessante porque temos de olhar para  a Europa". "A ligação ao Reino Unido é para durar e esperamos que o centro possa trazer um novo laço que mostre que vale a pena abrir a Europa e criar instituições". 

O início da construção do novo edifício para este Centro Avançado de Biomateriais de Guimarães está prestes a arrancar e a presença do Ministro da Ciência na sessão de lançamento contribuiu para desbloquear uma verba de 600 mil euros, referente a comparticipações nacionais que se encontrava "pendurada". A sede do será instalada num novo edifício da UMinho, a construir ligado ao atual do Grupo 3B’s, num investimento de 10.8 milhões de euros no âmbito do Roteiro Nacional de Infraestruturas de Investigação de interesse estratégico, constituindo assim uma TERM Research Hub (hub de investigação em engenharia de tecidos e medicina regenerativa) com caraterísticas únicas a nível europeu. 

O centro deverá ter um efeito estruturante na ciência portuguesa, desenvolvendo métodos inovadores para a prevenção e o tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neuro-degenerativas e cardiovasculares, com abordagens personalizadas para cada paciente.

O Reitor da Universidade do Minho anotou que o projecto tem uma grande ambição, "sendo um projecto a sete anos que vai responder a um investimento superior a 50 milhões de euros". "No curto prazo e, no imediato, para avançar desde já estamos a falar de um projecto que tem garantido fundos de 25 milhões de euros, 15 milhões de euros da CE, recentemente aprovados no âmbito do exigente programa europeu Teaming, e 10 milhões das comparticipações das três Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais do Norte, do Centro e de Lisboa e Vale do Tejo. Pode tornar-se rapidamente o maior e mais produtivo centro de investigação baseado em Portugal, tendo condições únicas para atrair talento científico internacional, com a fixação de 200 investigadores em Portugal, 100 dos quais no Avepark. O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, já elogiou publicamente o caráter exemplar e de excelência do projecto.

Marcações: Educação

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