Bairro digital inteligente 1128 quer atrair mais pessoas ao 'coração' de Guimarães

images/2024/bairros_digitais_1128_-_6.jpg

O Bairro Comercial Digital 1128 quer envolver residentes, visitantes e empresários num ambiente tecnológico avançado para atrair mais pessoas ao espaço público e "galvanizar" os negócios de proximidade no miolo central da Cidade. Propõe a criação de novas experiências de consumo cruzando a oferta comercial, cultural e turística com os recursos tecnológicos digitais.

O projecto foi apresentado na noite de segunda-feira numa sessão de esclarecimento realizada no Teatro Jordão, em que a equipa da Câmara Municipal de Guimarães, em parceria com a Confederação Empresarial do Minho, à qual compareceram cerca de meia centena de empresários ligados ao comércio, serviços, hotelaria e restauração.

"O que interessa ao Município é a valorização do espaço público, num interesse que tem de ser partilhado com todos aqueles que têm estabelecimentos comerciais", traçou o vereador de Sistemas Inteligentes e Turismo, Paulo Lopes Silva, ao explicar que o bairro digital beneficia de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e abrange uma área onde existem cerca de 300 estabelecimentos comerciais.

A área geográfica abrangida compreende mancha urbana constituída pela Alameda de São Dâmaso, Largo do Toural, Rua de Santo António, Rua de Gil Vicente e Rua Paio Galvão, abraçando o Centro histórico classificado, estando também interligada com o Bairro C.

As soluções preconizadas estão ligadas às potencialidades da tecnologia digital e da inteligência artificial. Ricardo Machado, da divisão de Sistemas Inteligentes, frisou que "é um bairro com história, associado a uma data querida, mas também um dígito", ao justificar a escolha do nome 1128 para o "teste piloto de boas práticas" que valorize "a tradição e a autenticidade, oferecendo serviços inovadores que ajudam os comerciantes a conhecerem o perfil dos clientes, a criar novas ofertas e a personalizar bens e serviços".

Em causa está a criação de uma plataforma de valorização de produtos e serviços, novas formas de pagamento e soluções de cadeias logísticas integradas. Toda a área terá wi-fi público, para que todos estejam conectados, assim como serão instalados painéis digitais presentes na plataforma de oferta comercial será uma forma eficaz de promover os negócios locais, com as ofertas e outras informações, como eventos, localização das lojas, horários dos transportes e disponibilidade de lugares de estacionamento. os conteúdos de realidade aumentada irão proporcionar experiências imersivas únicas e envolventes, num processo alicerçado no fomento da dupla transição digital e ambiental.

A instalação de sistemas de monitorização de tráfego e de estacionamento permitirão encontrar lugares de estacionamento disponíveis no bairro ou na periferia e calcular a pegada ambiental, incentivando assim escolhas mais sustentáveis.

A identidade gráfica será única, tendo a plataforma integrada um directório de bens e serviços e informação interactiva das lojas, produtos e serviços, eventos e informação útil, com recurso a modelos de inteligência artificial. "Esta montra digital será instalada no espaço público, proporcionando uma experiência diferente ao comprar no comércio de Guimarães", frisou Ricardo Machado, referindo-se ao

mobiliário inteligente e a instalação de pontos de entrega e recolha de produtos nos parques de estacionamento. "É uma fusão entre o património, a cultura, a tradição e a inovação, num projecto ambicioso que traça uma visão de futuro sobre o comércio, as histórias e a comunidade", concluiu.

A operacionalização do projecto tem um plano de formação e capacitação já elaborado pela Confminho, representada por Laurentino Ferreira, surge como entidade parceira do Município neste projecto que tem de ser executado até meados de 2026.

Pérgula para cobertura da Rua de Santo António

Os empresários participaram no debate, abordando temas já muito discutidos como a necessidade de instalar serviços, numa alusão à loja do cidadão, para atrair novas dinâmicas sociais no centro urbano, fazendo uma comparação entre Guimarães e outras cidades e à realidade ainda "pouco digital" da maioria das lojas. A evolução do projecto "Lojas com História"em Guimarães também foi mencionada pelos empresários.

"Vai ou não ser retirado o trânsito do centro da Cidade?" Foi outra questão levantada, comum em diferentes intervenções, em que foi apontada a necessidade de instalar serviços que movimentem diariamente as pessoas para o centro da Cidade. Houve quem alertasse que os comerciantes precisam de enfrentar o medo para salvar o comércio tradicional em Guimarães, sugerindo até que dêem o exemplo e não ocupem os lugares de estacionamento disponíveis nas ruas onde têm os seus estabelecimentos.

O Presidente da Câmara deu conta da conclusão da obra da Torre da Alfândega, reiterando que o comércio só tem a ganhar com a modernização digital. O projecto ainda não está concluído, mas será uma intervenção em que "se perceba que a prioridade é para o peão e não para os automobilistas". Domingos Bragança revelou que o projecto de concepção da cobertura da Rua de Santo António será brevemente lançado, num modelo de "pérgula" distintivo e que funcione também como elemento atractivo. "Se nada fizermos, o resultado será sempre o mesmo. O digital é fundamental em articulação com a autenticidade das nossa cidade", apontou, pedindo contributos para fomentar a atração de pessoas à cidade.

O Presidente da Associação Vimaranense de Hotelaria considerou que a implementação dos Bairros Digitais deverá ser uma oportunidade para requalificar o Largo Condessa do Juncal, acompanhando a abertura da Torre da Alfândega.

Marcações: Bairro Comercial Digital 1128

Imprimir Email