Trabalhadores discutiram futuro da António de Almeida & Filhos em plenários

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O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes realizou ontem três plenários com os trabalhadores da António de Almeida & Filhos (AAF), de Moreira de Cónegos, e das outras três empresas do grupo Moretextile. Depois de o Tribunal de Guimarães ter decretado a insolvência, o futuro de cerca de duas centenas de trabalhadores está incerto.

O dirigente sindical Francisco Vieira explicou que os trabalhadores mandataram o sindicato, porque "exigem a continuidade das empresas, a manutenção de todos os postos de trabalho e a garantia dos seus direitos". "O sindicato está em condições de tomar as iniciativa que vem entender. Nos plenários decidimos ainda apelar aos trabalhadores para reclamar créditos para ter uma intervenção activa e ter o direito de voto na assembleia de credores e decidimos propor a eleição de um trabalhador para fazer parte da comissão de credores", conta

Francisco Vieira assumiu que há uma preocupação com os salários, mas também há garantia do salário de Julho. "Ainda estamos a mais de 10 dias do próximo salário, que depende da facturação, da concretização das encomendas e do cumprimento dos prazos. Não basta o Novo Banco garantir o apoio à empresa e por isso é preciso produzir e cumprir prazos. Falava-se há dias que havia quatro milhões de euros em encomendas e é preciso concretizá-las. Por outro lado, soubemos que as empresas precisam de um milhão de euros mensais para continuar a navegar, sendo que 260 mil euros são para salários, mas há confiança. Nada está garantido, só uma vontade enorme de continuar com a empresa", sublinhou. 

A Assembleia de Credores está marcada para o dia 27 de Agosto, às 11h00. Após a publicação do anúncio, correrá um prazo para todos os credores reclamarem créditos, incluindo os trabalhadores. O sindicalista admitiu que foi contactado por um possível comprador das empresas. "Vamos ter confiança e os trabalhadores querem a continuidade da empresa. A ideia é fazer o negócio até 15 de Agosto, entregar a empresa à melhor proposta e ratificar esse negócio na Assembleia de Credores", disse.  

Recorde-se que, segundo o sindicalista, a AAF tem um passivo mencionado na petição inicial, com valores referentes a 30 de abril deste ano, a rondar os 25 milhões de euros, num conjunto de 414 credores, com o Novo Banco à cabeça quase com 10 milhões de passivo e 39 por cento do crédito total. 

Marcações: empresa, António de Almeida & Filhos

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