Agricultor responsabiliza Junta num contencioso sobre um muro
Um agricultor de Creixomil acusa a Junta de Freguesia local de ter demolido parte de um muro exterior de uma propriedade por ele explorada. Em causa estarão prejuízos resultantes do facto de aquele agricultor não poder explorar a totalidade da quinta, visto que a pedra que caiu do muro foi colocada no interior da propriedade. Manuel Lopes conta que no dia 4 de Março do ano passado ouviu uma máquina "não sabia o que ela andava a fazer". A madrugada desse dia terá sido de temporal o que terá provocado a queda de alguma pedra do muro exterior. "O senhor estava a deitar as pedras para dentro da propriedade e nós aceitamos, já que pensávamos que iria ser aquele bocado apenas". Manuel Lopes foi almoçar a casa de um dos filhos e quando regressou, ao final da tarde daquele dia teve uma surpresa. "Vi o muro todo no chão. Eu e um filho meu ficamos admirados, mas pensávamos que era só um bocado. Quando vamos por ali a baixo vimos que foram destruídos cerca de 300 metros do muro".Manuel Lopes é caseiro da Quinta da Bouça há cerca de 35 anos e afirma que "ninguém falou comigo". Estranhando, foi à Junta de Freguesia "porque me tinham dito que foi o Presidente quem mandou. Na Junta, esse Senhor disse que deitou e está bem deitado" tendo, alegadamente, justificado que "deitou abaixo porque muitas pessoas
o tinham chateado".
Manuel Lopes reconhece que o muro tinha determinadas zonas "que pela altura que tinha metia medo, mas o muro estava mais ou menos equilibrado. Por azar caiu aquele bocado".
Por seu turno o autarca José Martins afirmou que a autarquia de Creixomil tudo fez para resolver esta questão tendo contactado o proprietário do terreno bem como o caseiro, sendo que com este último foi uma contacto verbal.
José Martins esclarece que em Novembro de 1999, a Junta de oficiou à Câmara Municipal de Guimarães a solicitar uma vistoria administrativa ao muro da Rua de S. Sebastião, alegando que o muro da Quinta da Bouça na Rua de S. Sebastião está em tal estado que pode derrocar em qualquer altura. A Junta fez ainda referência às várias reclamações e alertas de cidadãos para o perigo que a situação representava. O Autarca de Creixomil que nega ter procedido a qualquer parte do muro, garante ter deligenciado "por diversas vezes junto do caseiro e de um dos proprietários no sentido de resolver um problema grave", sendo que "não obtive resposta positiva".
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