Torcatense reage ao processo disciplinar

A Direcção do Torcatense tomou esta sexta-feira uma posição oficial sobre o processo disciplinar instaurado pelo Conselho de Disciplia da Federação Portuguesa de Futebol. A reacção do clube surgiu em comunicado, que transcrevemos na íntegra:

"Era inevitável. Mal deixássemos de ser os “coitadinhos” os ataques chegariam. Bastaria para isso incomodar alguns dos “meninos grandes” com quem nós, caloiros nestas andanças, brincamos…

No seguimento do processo que nos foi instaurado e no qual somos arguidos por alegadamente termos utilizado no mesmo jogo – Torcatense vs. Famalicão – dois atletas extra-comunitários, quando os regulamentos apenas permitem a utilização de um, vimos pela presente esclarecer que:

O atleta Guilherme Capra Bacinello (Cascavel), na altura do acordo de cedência com o Vitória Sport Clube, era cidadão brasileiro, tendo sido inscrito como extra-comunitário, estando no entanto a decorrer o processo de pedido de Estatuto de Igualdade de Direitos.

O atleta Guilherme Capra Bacinello (Cascavel), por publicação em Diário da República no dia 15 de Julho de 2005, é detentor dos mesmos direitos que qualquer atleta em condições de representar a selecção nacional, ao abrigo do Estatuto de Igualdade de Direitos, ou seja, num português mais corrente, tem dupla nacionalidade.

O atleta Guilherme Capra Bacinello (Cascavel), é possuidor de um Bilhete de Identidade Português.

O Direito à Nacionalidade Portuguesa, ainda que atribuído pelo Estatuto de Igualdade de Direitos é um Direito Fundamental e consagrado na Constituição da República Portuguesa.

A partir da data de publicação em Diário da República, o atleta Guilherme Capra Bacinello (Cascavel), passa automaticamente a contar como atleta comunitário.

Toda a documentação que suporta a nossa defesa está já na posse do nosso advogado, bem como cópias foram já entregues na Associação de Futebol de Braga.

Neste momento o Grupo Desportivo União Torcatense apenas tem um atleta extra-comunitário inscrito – Abbass – natural da Guiné Conacri, que de facto foi suplente utilizado no jogo em causa.

Este processo que nos é movido enche-nos, todavia, de orgulho. É demonstrativo do nosso valor. Um clube “concelhio”, fortemente apoiado pela edilidade, com uma história já longa e tradição nos campeonatos nacionais e um orçamento que, em comparação com o nosso, nos faz corar de pequenez, na impossibilidade de nos conseguir ganhar em campo, tem de o tentar na secretaria.

Mas nós, pequenos mas honrados, vamos continuar, dentro das quatro linhas, na senda vitoriosa das últimas jornadas, domingo a domingo, a incomodar todos quantos já nos tinham inclusive encomendado o caixão. E não são golpes baixos como este ou qualquer boato ou maledicência que nos derruba. Antes pelo contrário. Esta mesquinhez – e outras que tais – só nos fortalecem ainda mais. Dão-nos ainda mais alento para o futuro. E o nosso futuro passa pela II Divisão Nacional. Doa a quem doer, custe a quem custar!"

Marcações: Desporto

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