António Miguel Cardoso explica contas do Vitória: "Vamos com certeza ter um recorde de receitas em 2025"
O presidente vitoriano admite que o resultado do exercício de 2023/2024, que registou um saldo negativo de 14.7 milhões de euros, “não é bom”, mas justifica as contas com a aposta desportiva da SAD.
António Miguel Cardoso destaca também que “as vendas do Jota Silva e do Ricardo Mangas são feitas depois do exercício”, assinalando ainda que a SAD teve “propostas anteriores por esses e outros jogadores”, mas decidiu “não vender de forma precipitada só para mostrar contas positivas.” “Por outro lado, não vendemos mais alguns jogadores, o que também facilitaria”, diz ainda o líder vitoriano.
António Miguel Cardoso explica que há outra “área que nos penaliza bastante”, que se prende com questão dos juros que a SAD paga. Além disso, continua, “ainda no ano passado tivemos contas positivas de praticamente 2 M€, que teriam sido 6M€, não tivesse sido aquele negócio que a anterior administração fez com o FC Porto. Na altura, amortizámos 4 M€, este ano foram mais 2 M€. E não estão contabilizados os 6 M€ que recebemos da Liga Conferência.”
Na mesma entrevista, António Miguel Cardoso regista que “a nível de custos, gastos com pessoal, a subida em relação ao ano passado é residual e muito inferior aos gastos de há dois ou três anos”, vincando a ideia de que “não estamos a cometer loucuras.” “Se tivéssemos optado por vender os tais jogadores, com certeza teríamos contas positivas e o alarme não seria o mesmo, mas na parte desportiva estávamos de outra forma”, afirma, antes de deixar uma certeza: “Nós este ano vamos com certeza ter um recorde de receitas ordinárias no clube. A SAD nunca teve as receitas ordinárias que terá no próximo ano fiscal. Será um recorde. Portanto, vem agregado. Se o clube retrair as coisas não acontecem. Podíamos ter vendido ativos para ter contas positivas, mas corremos riscos. Ficámos com os ativos que queríamos e conseguimos 6 M€ da Liga Conferência. Fizemos uma estratégia e está a correr bem. Será visível nas próximas contas.”
A finalizar as explicações para o momento financeiro da SAD, António Miguel Cardoso recorda ainda que a SAD “tem um passivo significativo para trás e uma não receita financeira de cerca de 7 M€ todos os anos dos direitos televisivos, que estão antecipados até dezembro de 2025. É só fazer contas. O que fizemos foi transportar o clube nestes três anos com sucesso desportivo para chegar a dezembro de 2025, num próximo mandato seja de quem for, num ponto em que seja mais fácil não ter de recorrer a empréstimos, não ter de pagar juros... Mas, neste momento temos de tomar decisões, muitas vezes a quente, para resolver problemas diários.”
Marcações: Vitória Sport Clube, António Miguel Cardoso