Marco Queiroga explica regresso ao Vitória: "O meu desejo foi sempre voltar... e volto para lutar para ser campeão"
Marco Queiroga explicou as razões que o levaram a aceitar regressar a Guimarães 16 anos depois de ter deixado o Vitória. A partir da Coreia do Sul, o técnico brasileiro apontou ainda os objectivos que deseja concretizar.
O que o convenceu a regressar ao Vitória, 16 anos depois de ter deixado Guimarães, agora para um projecto diferente na equipa feminina?: "A verdade é que desde que saí do Vitória e de Guimarães o meu desejo foi sempre voltar. Identifiquei-me muito bem com a cidade e com o clube, a minha relação com tudo o que aconteceu foi muito forte. Vivi bons momentos familiares e óptimos momentos desportivos, ficou sempre algo em mim, alguma coisa que me ‘cutucava’, que me dizia que um dia tinha de voltar onde fui muito feliz".
Não perdeu a ligação ao Vitória e a Guimarães após a sua saída?: "No período após a minha saída de Portugal fiz sempre questão de ser um embaixador do Vitória e da cidade de Guimarães. Sempre falei bem da cidade aos meus amigos que queriam visitar Portugal, sempre acompanhei o Vitória, não só as equipas de voleibol, mas também o futebol e as restantes modalidades. Aliás, posso dizer que até acompanhava mais do que o meu clube no Brasil. Ficou sempre algo do Vitória em mim".
Até que surgiu agora o convite para regressar…: "Em 2020, após a pandemia, houve um problema com um treinador no clube e na altura falaram comigo sobre alguns jogadores e também sobre a possibilidade de eu voltar. Disse, logo na altura, que tinha interesse em regressar, que estava disponível. Desde ali os contactos foram mais fortes, até porque estava mais perto de Portugal, a trabalhar no Egipto com a Seleção feminina. Só que enquanto estava no Egipto trabalhava com as seleções por sete ou oito meses por ano, ou seja, não tinha tempo para assumir outro projecto ao mesmo tempo, concretamente com uma equipa que disputa campeonatos nacionais. Agora estou a trabalhar com a Seleção masculina da Coreia do Sul, que me obriga a estar aqui no período destinado às competições internacionais de seleções, de Maio a Setembro. Depois desta mudança, no regresso ao Brasil fui contactado pelo pessoal do Vitória, pelo Aníbal e pelo Pedro Freitas, que começaram a trocar mensagens novamente comigo. Abordei logo a possibilidade de voltar, que estava disponível para um convite, e as coisas evoluíram no sentido do desfecho que conhecemos. Cada um fez a sua parte, cedeu um pouco para ajustarmos as coisas. Sinto que ainda tenho alguma coisa a dar ao Vitória e à cidade. Sinto-me um vitoriano e um vimaranense porque a minha ligação como clube e o Vitória foi muito forte. Queria mesmo muito voltar. E estou feliz por voltar".
E neste regresso ao clube que projecto desportivo é que lhe foi apresentado?: "Eu quero voltar para ser campeão. Eu não quero voltar para disputar o campeonato, mas sim para ser campeão. Os desportistas gostam de desafios e este é um desafio grande, como foi o primeiro. O Vitória fez uma boa campanha nos últimos anos, tentamos manter a base da equipa que conseguiu o 3.º lugar no ano passado mas não foi possível porque o mercado está agressivo em Portugal porque a Liga cresceu bastante. Muitas jogadoras saíram, estamos a começar de novo, a montar uma equipa nova, mas para brigar para sermos campeões. É este o nosso objectivo. Mas, para ser campeão depende de muitas coisas. Temos um orçamento limitado, mas estamos há mais de um mês e meio à procura de jogadoras no mundo inteiro para montar um plantel competitivo. Além disso, depende muito de como as outras equipas vão estar. Conheço bem o Vitória e isso é um primeiro passo muito importante. Queremos ser o mais profissionais possível para honrar a camisola do Vitória e a cidade da melhor forma possível. Vamos entrar em todos os jogos para ganhar e mostrar às jogadoras o que significa jogar no Vitória. Vamos à procura do título como aconteceu na minha primeira passagem no clube, tentamos até conseguir".
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