Francisco Mendes: "Santo Estêvão tem tudo para crescer como clube"

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Que balanço faz dos primeiros dois anos de mandato na liderança do Santo Estêvão?: "O balanço que fazemos é muito bom, apesar das dificuldades e muito trabalho, só podemos estar contentes. O que foi feito até agora está à vista de todos e dá-nos vontade de continuar e tentar fazer cada vez melhor. Principalmente a nível de infraestruturas o clube foi submetido a uma melhoria notória. Tínhamos o campo meio abandonado quando chegamos, as instalações estavam muito degradadas. Mas, com a ajuda da Câmara e da Junta de Freguesia, conseguimos logo arranjar os balneários da nossa sede. O nosso bar está praticamente pronto a funcionar e começamos com o alargamento do campo, da bancada, muro de suporte… acho que mais do que aquilo que fizemos, é impossível".

Foi muito difícil conseguir o financiamento para as mesmas?: "Quando eu decidi formar uma lista tínhamos um senhor que eu na altura nunca pensei estar ali no futebol e para o Santo Estevão, que era o António Araújo (antigo presidente do clube). Ele gosta muito do Santo Estevão e, quando ele me foi falando, achei de facto que se deveria fazer alguma coisa porque nesta zona do concelho não havia sequer futebol de formação. A primeira coisa que fiz quando cheguei foi analisar o campo, até porque nunca estive ligado ao Santo Estevão e nem conhecia. Acabamos por ver que o clube tinha condições para crescer e o primeiro passo foi falar com o Vítor Pais, o presidente da Junta, e ver naquilo que nos podia ajudar. Não era uma pessoa que conhecia pessoalmente, mas acabamos por ter uma conversa e ele disse “se vocês tiverem vontade de andar para a frente, a gente está cá para vos ajudar”. Acabou por marcar uma reunião com o Dr. Domingos Bragança e, a partir daí, tudo o que foi proposto por nós foi aceite. Felizmente, não tem havido falha nenhuma de ambas as partes, embora o surgimento da pandemia veio dificultar as coisas, visto que tudo inflacionou, principalmente a construção. Mas, depois de andares, não se pode parar. Temos tido a felicidade de ter uma grande equipa trabalhadora, com um empenho extraordinário, para além de que tem chegado ajuda um pouco de todo o lado, desde patrocinadores até doações que fazem. Só podemos estar felizes por ter muita gente que nos ajuda".

Para si, eram fulcrais estas melhorias para que o clube possa progredir?: "A única verdade que há é que toda a gente precisa da ajuda da Câmara e da Junta. Acabamos por ter a sorte de remarmos todos para o mesmo lado e sinto que o município viu em nós vontade de trabalhar. Na altura a Câmara já tinha dito que nos ajudava com o sintético e outras coisas. Mas quando começamos a jogar e íamos jogar a outros campos nós, como direcção, olhávamos e sentíamos que apenas a implementação do sintético não chegava. Por isso, ou fazíamos aquilo de uma vez ou íamos andar sempre assim. Quando fui para lá foi sempre com o intuito de começarmos com as camadas jovens, e na altura não havia condições para os miúdos treinarem em condições. Foi um sacrifício enorme, mas estamos contentes com a ajuda que nos conseguiram dar".

Como considera que correu a última temporada e que expectativas tem para a próxima?: "Quando começamos com o futebol sénior, tivemos a sorte de ter uma pessoa que foi o nosso treinador, o Bruno, que nos ajudou muito e trouxe muita gente conhecida dele. O nosso objectivo, depois de começar, é óbvio que queremos crescer, não queremos andar no futebol por andar. O primeiro ano foi bom, no segundo a nossa expectativa já era crescermos um bocadinho. A época acabou por começar mal e também para o Bruno, uma pessoa que nós gostávamos muito. Depois, com a troca de treinador, começou a haver mais qualidade e fizemos uma época muito aceitável, com o 5º lugar. Este ano, na nossa casa e nas condições que vamos ter, claro que queremos sempre mais, mas o que nós queremos os outros também querem. Acho que o Santo Estêvão tem tudo para crescer como clube, mas nunca daremos passos maiores que as nossas pernas. Queremos crescer ano a ano e, em princípio, vamos ter uma melhoria no nosso plantel. Não queremos ter a ideia da subida como uma obsessão, mas sim a ideia de irmos crescendo pouco a pouco e, a partir daí, penso que vamos alcançar os objectivos que vamos propondo".

O clube tem em vista o impulsionar do futebol de formação. Pode-nos dizer como planeia fazer isso?: "Eu tenho dito a toda a gente desde o primeiro dia que estou no clube: o clube chama-se Santo Estêvão de Briteiros, mas, se quer crescer, tem de ser sustentado e conseguir envolver as freguesias próximas. Não podemos ter vários clubes espalhados e temos de melhorar as infraestruturas das zonas próximas, porque isso é bom para o clube. Acaba por ser a mesma coisa na formação. Temos capacidade de ver que o Santo Estêvão nunca vai crescer verdadeiramente só com miúdos desta freguesia. Temos de conseguir cativar os miúdos das redondezas, sendo que até já fomos a escolas na zona de Briteiros com vista a promover o clube e a cativar os mais jovens a vir praticar futebol para a nossa formação. Repito: só mesmo com a ajuda das freguesias próximas é que o clube vai progredir e a formação não é excepção".

O que podem esperar os sócios do Santo Estêvão para estes dois próximos anos do Francisco Mendes à frente do clube?: "Nós somos um clube que tem a sorte de ter muitos sócios e patrocinadores e o que podem esperar é competência e trabalho, como também o rigor que irei sempre implementar, no sentido em que o clube nunca irá viver acima das suas possibilidades. Enquanto lá estiver, não há ninguém que vai poder dizer que a gente não cumpriu com as nossas obrigações. O clube vai crescer, mas sabemos também que ainda temos muito a aprender".


Marcações: Associação de Futebol de Braga, GD Santo Estêvão, Francisco Mendes

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