Felipe Pires já deixou a Ucrânia: "Vi coisas muito, muito tristes"

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Yan Matheus dedicou o golo em Arouca ao ex-colega de equipa Felipe Pires. Poucas semanas depois de ter deixado o Moreirense para assinar um contrato de longa duração com o Dnipro, o avançado viu-se na contingência de ter de fugir da Ucrânia, depois da invasão perpetrada pela Rússia. Felipe Pires conseguiu deixar solo ucraniano depois de um pedido de ajuda. O avançado cruzou a fronteira pela Roménia, mas não se livrou de muitos sustos. “As pessoas passando por uma situação dessas, uma guerra, pessoas morrendo, e os ucranianos pensando em dinheiro. Tive que pagar para passar depois que a gente entrou na salinha lá. Isso deixou-me muito abalado. Como assim? O que que é isso? Que coração é esse? Pensando em dinheiro? Foi um choque ver isso”, contou, à GloboNews.

“Foram mais de 28 horas dentro de um carro. Depois, fiquei quase quatro horas na fronteira. Cheguei umas 5h da manhã e fui atravessar umas 9h da manhã. E eu só consegui atravessar porque Deus tocou o coração de um soldado ucraniano, porque não ia passar. Eles deixaram bem claro que só passava mulheres e crianças. Não passava homem, independente da cidadania. Foi o segurança que nos passou”, acrescentou o ex-jogador do Moreirense, que fez os últimos 20 quilómetros a pé. O brasileiro recordou “muitas coisas tristes”. “Caças passando por cima da gente, tanques, russos e ucranianos com armas, comboios de tanques passando. Triste ver pessoas correndo, supermercados lotados, postos de gasolina com filas imensas, pessoas correndo com crianças no meio da rua. Coisas muito, muito tristes”.


Marcações: Moreirense Futebol Clube, Felipe Pires

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