Cartão do Adepto continua a dividir opiniões
A implementação do Cartão do Adepto continua a dividir opiniões. De um lado as entidades que o criaram defendem a pertinência da sua existência. Por outro lado, é alvo de várias críticas por parte dos adeptos e dirigentes.
No debate sobre o Cartão de Adepto, promovido, nesta sexta-feira, pela Comissão do Centenário do Vitória, não foi muito diferente. Na bancada sul do Estádio D. Afonso Henriques estiveram presentes diversos quadrantes do futebol português para discutir o documento, num debate moderado por Emídio Guerreiro, membro da Comissão do Centenário.
Rodrigo Cavaleiro, Presidente da APCVD, lembrou que o Cartão do Adepto foi aprovado em Assembleia da República e que surgiu como medida de "resposta aos sucessivos focos de violência", acrescentando que as zonas de adeptos visitantes estarão divididas entre os portadores de Cartão do Adeptos e os que não o têm.
A diretora executiva de Competições da Liga Portugal, Helena Pires, disse que o Cartão do Adepto carece de uma "reflexão obrigatória", visto que "ainda há quatro estádios sem zonas de cartão do adepto" ou porque "há muitas zonas que se encontram vazias". Nesse sentido, a responsável apontou a promoção de um produto televisivo desportivo como factor decisivo, cuja existência de zonas sem adeptos não enobrece o espetáculo.
Já o diretor de comunicação do Vitória frisou que o Vitória é contra o Cartão do Adepto, apontando que é uma medida desnecessária, que serve de "entrave ao regresso do público aos adeptos". André Viana referiu ainda que o documento "segrega o público" e não erradica a violência do desporto.
Em representação da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) esteve presente o vice-Presidente, João Lobo, que apontou outras forças de segurança que permitem o combate à violência nos estádios, defendendo que uma mudança "comportamental". João Lobo sublinhou que "as pessoas não se revêem" no cartão do adepto e que agora "estão espalhadas pelos estádios e a violência vai transitar para o exterior."
O debate contou, também, com as participações do Oficial de Ligação aos Adeptos do clube vitoriano, Francisco Canário, e dos sócios do Vitória, Marco Talina e Vítor Pacheco.
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