Moreirense empatou a zero em Braga

Um Moreirense determinado evitou hoje que o Sporting de Braga, pelo menos provisoriamente, ascendesse à liderança da Superliga, ao impor um empate a zero no Estádio Municipal de Braga, em partida da 17ª jornada. Depois do empate do FC Porto com a Académica (0-0), na véspera, a equipa "arsenalista" acusou em demasia a responsabilidade de assumir a liderança provisória, num jogo que chegou a estar interrompido nos últimos instantes devido ao arremesso de alguns objectos no relvado.

O Sporting de Braga foi, no entanto, a equipa que mais trabalhou para chegar à vitória, pelo menos até à expulsão do lateral direito Abel que, aos 66 minutos, viu o cartão amarelo pela segunda vez.

A partir daí a equipa de Vítor Oliveira controlou bem não só o jogo como também o adversário, dispondo, inclusivamente, de uma soberana ocasião para marcar, com Manoel, à boca da baliza, a cabecear à figura de Paulo Santos.

Fortemente apoiado por cerca de 8 mil adeptos, que queriam ver a equipa em primeiro lugar, mesmo que fosse por algumas horas, o Sporting de Braga começou o jogar e a pressionar o adversário, mas o melhor que conseguiu foi, aos cinco minutos, um cabeceamento de Nunes, ligeiramente ao lado da baliza, após cruzamento de Wender.

A situação repetiu-se aos 12 minutos, mas agora com João Alves – o homem das bolas paradas – a converter um livre para a área, onde surgiu Paulo Sérgio, ao primeiro poste, a desviar fora do alcance de João Ricardo, mas a bola voltou a sair ao lado.

No entanto, cedo se percebeu que este não seria um "jogo bonito", até porque as faltas se sucediam e – algumas vezes mal – o árbitro foi-se encarregando de "distribuir" cartões, num total de 13 amarelos e um vermelho.

Mesmo assim, eram os "arsenalistas" a assumir a iniciativa frente a um Moreirense que, notoriamente, jogava para o empate. Por isso mesmo, a bola andou muitas vezes na área do guarda-redes João Ricardo, como aconteceu aos 21 minutos, com João Tomás a fazer tudo bem feito, mas a rematar para fora.

Três minutos depois, Jorge Luiz, bem ao seu estilo, entrou na área, cruzou por cima de toda a defesa contrária, surgindo João Alves, ao segundo poste, a cabecear ligeiramente ao lado.

Sem conseguir marcar, mas sempre com um futebol ofensivo, o Sporting de Braga voltou a estar próximo do golo aos 30 minutos, com João Tomás a atirar em habilidade fora do alcance de João Ricardo, mas a bola saiu ligeiramente ao lado.

A equipa de Vítor Oliveira limitava-se a ficar na expectativa e a "deixar" correr o tempo, não incomodando o último reduto dos anfitriões, situação que se alterou aos 42 minutos com um perigoso cruzamento de Lito, bem anulado por Jorge Luiz.

O sistema de jogo não se alterou para o segundo tempo e, frente a um Moreirense calmo e determinado em conseguir os seus objectivos, o Sporting de Braga ia sentindo cada vez mais dificuldades em conseguir lances de ataque.

Por isso mesmo, Jesualdo Ferreira apostou no esquerdino e veloz Cesinha, mas nem ele conseguiu dar outro "andamento" à equipa, até porque por algumas vezes os "arsenalistas" caíam no fora-de-jogo, perdendo-se aí possíveis lances de perigo para a baliza contrária.

Aos 60 minutos, o lateral direito Abel tentou a surpresa de longe, mas João Ricardo deu dois passos atrás e evitou a surpresa, quatro minutos antes de Manoel desperdiçar a grande oportunidade de golo do Moreirense, com um cabeceamento travado sobre a linha por Paulo Santos.

Aos 66 minutos, Abel, que tinha visto o cartão amarelo aos 18 minutos, viu a cartolina pela segunda vez e foi expulso. A partir daí, o jogo mudou totalmente de feição, até porque o Moreirense soube aproveitar a superioridade numérica e passou a jogar mais ao ataque, procurando o golo da vitória.

No entanto, a prioridade era conservar o empate e, por isso, a equipa ia "segurando" bem o jogo na zona do seu meio-campo, com constantes trocas de bola, perante a desorientação que começava a notar-se nos "arsenalistas".

Aos 80 minutos, Jesualdo Ferreira ainda lançou em jogo o "herói" da Taça, Edinho, mas nada lhe corria de feição e o mais que a equipa conseguiu foi, aos 83 minutos, um forte disparo de Cesinha que João Ricardo defendeu bem.

Já na parte final do encontro, os protestos dos adeptos bracarenses, relativamente ao trabalho da equipa de arbitragem, subiram de tom, diversos objectos foram atirados para o relvado, da zona da Bancada Nascente, o jogo esteve parado cerca de dois minutos e, após o reatamento, o Moreirense, sempre mais calmo, foi fazendo a gestão do tempo.

Marcações: Desporto

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