SAD do Vitória com resultado líquido negativo de 8,2 milhões de euros em 2020/2021
A SAD do Vitória fechou o exercício de 2020/21 com um resultado líquido negativo de 8,2 milhões de euros. Esta é a principal conclusão a retirar do relatório que já foi disponibilizado aos accionistas e que será discutido e votado numa Assembleia Geral a 30 de Setembro.
O resultado é explicado pela liderança da SAD vitoriana como sendo propiciado por "um decréscimo de 7 milhões de euros nos resultados operacionais, justificado quer pela ausência das competições europeias, como pelo efeito directo da pandemia nas receitas de sponsorização e de bilhética; e a quebra de 39% nas receitas de exploração, em grande parte devido a condicionantes externas à Sociedade e ao sector, que motivaram uma perda global muito penalizadora para a actividade".
O Vitória invoca ainda a "retração dos mercados de transferências", afectando uma rubrica que é "fundamental para o equilíbrio financeiro de todo o futebol português", mas ainda assim revela que apesar desse impacto encerrou o exercício 2020/21 com um resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações negativo em apenas 0,68 milhões de euros.A Sociedade Desportiva liderada por Miguel Pinto Lisboa sublinha que recebeu propostas por vários activos que não reflectiram o valor desportivo e financeiro dos jogadores, pelo que foi decidida a sua continuidade.
No relatório de contas da SAD fica-se ainda a saber que em 2020/21 registaram-se importantes subidas quer do activo (57,85 milhões de euros), quer do passivo (61,69 milhões), mas 56% do passivo é não corrente e o activo engloba contas de clientes que perfazem cerca de 21 milhões de euros, permitindo a liquidação de passivos de igual montante.Ainda relativamente ao activo, sustenta a SAD vitoriana que este engloba os direitos económicos de jogadores que possuem um valor muito superior ao espelhado. É o caso de Marcus Edwards (0,15 milhões de euros), assim como de vários outros jogadores como André Almeida, Tomás Handel, Gui, André Amaro, Hélder Sá ou Herculano Nabian.O exercício permitiu ainda a redução dos custos com pessoal, rubrica que já sofreu um corte de cerca de 2,5 milhões de euros e que a SAD tem como objectivo reduzir em mais de 2 milhões de euros no curto prazo.
Em conclusão, e tendo como base a retoma já verificada na sponsorização (quatro contratos de patrocínio à equipa principal assinados na temporada em curso) e na bilhética, o orçamento para 2021/22 já vai prever o regresso da SAD aos lucros.