João Sousa: "Se não estou no 'top-100' é porque não mereço estar"
"O risco de sair do top-100 não me diz nada. Se estive no 'top-100' é porque merecia estar e se não estou, neste momento, é porque não mereço estar. O ranking é simplesmente o espelho daquilo que conseguimos fazer durante 52 semanas. Portanto, como não tenho vindo a fazer bons resultados, obviamente que o meu ranking não condiz com aquilo que quero", disse o vimaranense em declarações à agência Lusa.
João Sousa, de 31 anos, entrou no top 100 mundial, pela primeira vez, a 15 de Outubro de 2012, quando deixou a então 102.ª posição para figurar no 99.º lugar. No final desse mesmo ano saiu dos 100 primeiros, mas voltou a reentrar entre Janeiro e Abril de 2013, regressando em definitivo em Julho ao top 100. Desde então, tem permanecido constantemente entre a elite mundial. Durante os últimos oito anos, João Sousa venceu três títulos ATP. O primeiro em Kuala Lumpur, em 23 de Setembro de 2013, o segundo em Valência, em 1 de Novembro de 2015, e o terceiro no Estoril Open, em 6 de Maio de 2018, alcançando a melhor classificação de sempre de um jogador português no ranking ATP, o 28.º lugar, a 16 de Maio de 2016.
Em Setembro de 2019 saiu, contudo, do 'top 50', deixando o 44.º posto para ocupar o 64.º, e pouco depois encerrou precocemente a temporada, duas semanas após a última vitória em quadros principais do ATP Tour, frente ao sérvio Filip Krajinovic, no Masters 1.000 de Xangai, com uma fratura de esforço no pé esquerdo. Desde então que tem vindo a registar uma tendência descendente, agravada pela pandemia da covid-19, que provocou a paragem do circuito durante cerca de seis meses em 2020, e uma tendinite no antebraço direito, contraída em outubro no ATP 250 de Antuérpia, numa época em que não conseguiu qualquer triunfo em quadros principais do ATP Tour.
"As lesões não foram a causa desta fase menos boa. Já tive outras fases más, não tive lesões e consegui dar a volta, portanto não é por aí. Não está a ser a melhor fase da minha carreira, mas é mais uma fase. Já tive outras difíceis e obviamente que, quando se perde, nem sempre se consegue manter a motivação ao mais alto nível, porque cada derrota é triste e, depois do bom trabalho, é sempre difícil aceitar as derrotas", defendeu. Além de assegurar não estar a viver "os momentos mais difíceis da carreira", porque já teve outros, Sousa garante continuar "a ser o mesmo, a tentar fazer bons resultados e a trabalhar ao máximo para esta fase menos boa passar." "É um momento difícil, sem dúvida, mas, com o apoio da minha equipa e das pessoas que me rodeiam e gostam de mim, vou tentar voltar aos bons resultados e ao bom nível de ténis", acrescentou o vimaranense, que falhou, este ano, pela primeira vez na carreira, a presença no quadro principal de um torneio do Grand Slam, desde o Open dos Estados Unidos, em 2013, ano em que atingiu a terceira ronda em Flushing Meadows.
João Sousa acusou positivo num teste ao novo coronavírus na véspera de viajar para Melbourne e ficou, assim, impossibilitado de jogar o Open da Austrália, em Melbourne Park, onde havia discutido a terceira ronda em 2015, 2016 e 2019. Foi no Open dos Estados Unidos, em 2018, e em Wimbledon, em julho de 2019, contudo, que alcançou o melhor resultado no Grand Slam, ao marcar presença nos oitavos de final. Esta semana, depois de ter perdido na estreia do Challenger de Antalya, do ATP 250 de Córdoba, do ATP 250 de Buenos Aires e do ATP 250 de Santiago do Chile, conseguiu quebrar a malapata e alcançar a primeira vitória da temporada na ronda inaugural do qualifying do ATP 500 de Acapulco.
Apesar do italiano Andreas Seppi ter conquistado domingo o título do Challenger de Biella e empurrado o tenista português para o 102.º lugar do 'ranking' de singulares, João Sousa, que há uma semana jogou a meia-final de duplas em Buenos Aires, mantém-se no top-100 da hierarquia mundial de pares, na 73.ª posição de uma tabela na qual foi 26.º classificado, em maio de 2019.
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