André André ansioso pelo regresso à "normalidade" com regresso dos adeptos às bancadas
"Foi o último jogo com adeptos. Não sei se fui eu que escolhi a bancada [no sorteio entre os capitães]. Na primeira parte, estávamos a atacar para aquela [bancada] do Paços que não tem adeptos. Na segunda parte, virámos o jogo, porque foram os nossos adeptos que nos levaram à vitória. Se eles não estivessem lá, dificilmente íamos virar o jogo", recorda o médio, em declarações à agência Lusa.
Face ao estado de emergência e ao confinamento geral decretados em 18 de Março, pelo Governo, a I Liga só regressou a 3 de Junho, com o Portimonense-Gil Vicente (1-0), e o Vitória, que iria receber o Sporting em 14 de Março, só defrontou os ‘leões' a 4 de Junho (2-2). André André voltou à competição em 19 de Junho, na recepção ao Moreirense (1-1), num Estádio D. Afonso Henriques vazio, e lembra que os jogos da fase final da época passada se assemelhavam aos desafios de pré-época.
Apesar de não ver a falta de público como justificação para o sétimo lugar do campeonato anterior e a consequente ausência das provas europeias nesta temporada, o jogador, de 31 anos, defende que o Vitória é dos "mais prejudicados" pela pandemia, face ao número de adeptos que costuma atrair ao seu estádio - tinha uma média de 16.910 espectadores até Março, a quarta maior da I Liga.
A cumprir a sexta época no Vitória, o capitão reitera que os "jogadores se sentem muito mais confortáveis quando sentem que o público está com eles", principalmente quando precisam de inverter um resultado desfavorável. "Há um lance de perigo e há aquele entoar. A seguir, há outro lance e o estádio começa a cantar com mais força para chegarmos ao golo. Só quem está no campo é que sabe dessa intensidade. Estamos nos últimos momentos, a equipa precisa de mais um bocadinho de ânimo e os adeptos correspondem. Aí, parece que vamos buscar forças onde não temos. Isso é que faz o futebol diferente dos outros desportos", realça.
Um ano depois da pandemia de covid-19 ter encerrado o acesso normal dos adeptos aos estádios, o internacional português reconhece que os atletas se vão "acostumando um bocadinho à ideia de jogarem sem público", arranjando "forças noutro lado", fazendo o seu melhor e "lutando sempre pelos três pontos". Ansioso pelo regresso à "normalidade", André André considera ainda que a adaptação ao regresso generalizado do público, quando acontecer, será bem mais rápida do que a adaptação à ausência de adeptos. "Bastará só um jogo para as coisas voltarem a ser normais. Sempre estivemos habituados a público desde miúdos. Um ano assim não vai influenciar o que foram bastantes anos normais. É o que mais quero: que isto passe e voltemos ao nosso quotidiano. O nosso quotidiano passa pelo público nas bancadas", confessa o jogador.
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