António Miguel Cardoso e Daniel Rodrigues fazem balanço "que não é positivo" ao primeiro ano de mandato de Miguel Pinto Lisboa

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Eleito presidente do Vitória no acto eleitoral que teve lugar a 20 de Julho de 2019, Miguel Pinto Lisboa cumpre esta quarta-feira, 29 de Julho, o primeiro dos três anos de mandato que os associados lhe entregaram.

Foram 365 dias marcados por altos e baixos no plano desportivo, pelo sucesso da venda de Edmond Tapsoba, no maior negócio levado a cabo pela Sociedade Anónima Desportiva, e ainda por uma pandemia, provocada pelo novo coronavírus, que condicionou todos os clubes portugueses.

O Grupo Santiago ouviu os dois candidatos derrotados por Miguel Pinto Lisboa no último acto eleitoral, no sentido de perceber qual o balanço que fazem da actuação da Direcção no primeiro ano do mandato que se prolonga até 2022.

O empresário António Miguel Cardoso confessou estar apreensivo com o rumo escolhido pelo presidente do Vitória: "Sobretudo na parte desportiva, estou um bocadinho apreensivo quanto ao caminho que as equipas de formação e profissionais do Vitória estão a tomar. O ano teve coisas boas, como a qualificação para a fase de grupos da Liga Europa, e alguns jogos em que a equipa esteve efectivamente muito bem, como na Liga Europa e no arranque da época. Estava convencido que as coisas iam correr bem, mas por vários motivos as coisas acabaram por se tornar mais fracas e a equipa acabou por sair cedo da Taça de Portugal e não se qualificou para a Liga Europa. Acabou por ser um ano fraco, por isso fico triste. A relação entre a estrutura da SAD, direcção desportiva e treinador foi-se prejudicando ao longo do ano. Pareceu-me que não houve grande articulação entre as partes. Sinto que há demasiada liberdade de acção na área do director desportivo, parece-me que tem carta branca para as contratações, quando devia haver uma articulação muito maior coma Administração da SAD e o treinador. O Vitória precisa de ter uma equipa forte, mas também com mística. Aqui, o que me parece é que a mística também está a desaparecer um bocadinho, tanto na equipa profissional como na formação, com a vassourada que foi promovida. Concordo que tenham de ser feitas mudanças, mas aqui foram radicais e perde-se um pouco da cultura do Vitória".

Por seu turno, Daniel Rodrigues também revelou que esperava mais do primeiro ano de mandato de Miguel Pinto Lisboa: "A minha opinião é como vitoriano, porque as eleições passaram e a Direcção eleita tem um mandato para cumprir. O balanço, obviamente, não é positivo. A própria Direcção e a Administração assumem isso. O Vitória não está na o lugar que todos ambicionamos, espero que rapidamente possamos estar nesse patamar e que o Vitória possa voltar a ter uma equipa competitiva para estar nos lugares que os vitorianos ambicionam. Devíamos ter ganho mais, é isso que os vitorianos querem. Foi isso que no fundo foi prometido, com uma equipa forte, um projecto forte, uma estrutura forte, que sejam capazes de atingir esse objectivo. Vamos deixar trabalhar esta Direcção para que rapidamente o Vitória possa estar nesses lugares, para que não percamos a luta para os nossos rivais directos. A exigência não será maior na próxima época, comparativamente com a anterior, porque o Vitória é, por natureza, um clube exigente. Os vitorianos são adeptos fervorosos e exigentes. Não gosto de ouvir falar de ano zero. O Vitória não se pode da ao luxo de ter um ano zero. O Vitória deve ter anos de trabalho subsequente para rapidamente estar no lugar que merece. Não vela a pena andar sempre a olhar para o passado. É certo que o mandato começou com a época em preparação, mas também é certo que em Janeiro o Vitória teve o maior encaixe financeiro de todos os tempos. Esperava que nessa altura ficasse ainda mais forte, alavancasse para outro patamar, mas isso não aconteceu. Temos de deixar falar de ano zero, acreditar que há um trabalho em curso que poderá dar resultado na próxima época. O sucesso desta Administração é o sucesso do Vitória e o sucesso do Vitória é aquilo que todos desejamos".


Marcações: Daniel Rodrigues, Vitória Sport Clube, Miguel Pinto Lisboa, António Miguel Cardoso

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