Ivo Vieira explica ausência de André Almeida: "É um jogador de imensa qualidade mas quando são 11 a brigar por um pão, a probabilidade de agarrar o pão é menor"
O jovem médio vimaranense começou por ser titular no arranque da época, mas perdeu espaço nas opções do técnico madeirense. Titular pela última vez em Outubro do ano passado, diante do Sporting, apenas cumpriu mais três minutos desde então, no encontro com o Marítimo, a 12 de Janeiro.
Numa conversa promovida pela página Quarentena da Bola, da rede social Facebook, Ivo Vieira atribuiu a saída de André Almeida das suas opções à concorrência que o jovem médio tem no plantel: “O André Almeida é um jogador fabuloso. Não é fácil, muitas vezes, falar no processo de formação. Adorava e era enriquecedor para mim poder fazer chegar à equipa principal do Vitória três ou quatro jogadores da formação, mas de Guimarães, no norte, que tenham a génese vitoriana. O André cresceu no Vitória, mas temos de perceber o que pretendemos, mas, isso não me compete só a mim. Eu faço uma gestão de recursos humanos com opções em relação a rendimento. Aqueles que lideram todo o processo é que têm de tomar decisões em relação ao caminho, em termos de formação para chegarmos ao produto feito no plantel sénior, para ser rentável em termos financeiros para o clube. O André é um exemplo de um jogador que veio de baixo e que se tarda em afirmar. É um jogador com imensa qualidade, mas, muito rápido, Musrati, Mikel, Pêpê, André André, Wakaso, Lucas Evangelista, Poha, João Carlos Teixeira, André Almeida e Joseph. Sabem quantos jogam ao domingo no meio-campo? Normalmente são três e eu tenho 10, 11 agora com o Elias. Só consigo meter 11 de início em cada jogo e o plantel tem 30.”
“Não é fácil para mim meter o André, que é um jogador com mais valia, se ele me der sinais de que acrescentam mais que os outros, vai. Mas, quando são 11 a brigar por um pão, a probabilidade de agarrar o pão é menor. Com seis, é diferente. Perguntamos onde estão os jogadores da formação, porque é preciso espaço para eles. O Vitória, no papel do presidente e também do Carlos Freitas, está a fazer um trabalho excepcional para a preparação do futuro do clube”, acrescentou.
Ivo Vieira argumentou ainda que “o Vitória não está a fazer um campeonato excepcional. Para ser um campeonato muito bom tínhamos de estar no 3.º lugar, na pior das hipóteses no 4.º. Mas, quem reconheceu capacidade na Tapsoba para pagarem 18 milhões foi pela qualidade do jogador, pela qualidade do jogo. As pessoas não olham para o processo do que é o jogo. Como é que vou levar os vitorianos ao estádio? É empolgando pelo jogo, com situações de golo, com mais bola, ou é ganhando 1-0, sem oportunidades e sendo massacrado. É um pouco isto que defendo.”
Na mesma conversa, recordou ainda a passagem pelo Moreirense: “Nas duas épocas anteriores a eu lá estar, o Moreirense teve seis treinadores, três mais três. Se não me engano, garantiu a permanência na Liga na última jornada. No ano passado não tinha uma equipa muito diferente das anteriores. A equipa que ganhou a Taça da Liga tinha um plantel fantástico, com André Geraldes , Pedro Rebocho e tantos outros de qualidade. Era a mentalidade. É aquilo que o treinador consegue levar. Ou vou para me adaptar ao clube, ou vou para defender a minha ideia e trazê-los para a minha ideia.”
Marcações: Vitória Sport Clube, Ivo Vieira, André Almeida