Administração da SAD do Vitória pretende que “deficit sem vendas de jogadores seja menor"
Numa entrevista concedida ao Jornal Económico, Alberto Martins sustenta que “sem vendas de jogadores, o resultado operacional está desequilibrado”, notando que o exercício da época passada “foi dos mais desequilibrados de sempre, com 7,2 milhões de euros de saldo negativo.” Aquele responsável afirma que “apesar do crescimento dos rendimentos operacionais em 2,7 milhões de euros, derivados de um aumento de 75% nas receitas de televisão (para 7 milhões de euros) e de 900 mil euros de receita da cedência do estádio para a Liga das Nações, verificou-se um aumento de gastos.” Alberto Martins concretiza, dando como exemplo “os fornecedores de serviços externos (FSE) de 9%, que inclui gastos com atletas emprestados, assim como os gastos com pessoal (31%) para um montante de 11,5 milhões de euros, com muitos jogadores sob contrato.”
Alberto Martins dá conta de “um aumento muito significativo do ativo não corrente (de 15,5 para 18,3 milhões de euros), menos líquido, em detrimento do ativo corrente (de 10,6 para 7,9 milhões). Esta redução do ativo corrente com a manutenção do passivo corrente, levou a uma posição líquida passiva de 7,4 milhões de euros.” A gestão do passivo é mesmo uma das maiores preocupações da SAD. Diz Alberto Martins que “o facto de ter um passivo corrente vencido, com os prazos das obrigações apertados, faz com que estejamos em constante negociação com fornecedores, agentes e clubes.” “Estando a SAD numa posição financeira delicada, não deixamos de ter boas perspetivas quanto ao reequilibrar das contas e à performance em campo”, acrescenta.
Na análise às contas, o Administrador da SAD conclui que “estruturalmente o Vitória deve vender atletas em quase todas as janelas de mercado, para poder ter um EBITDA positivo.”
Por forma a estabilizar as contas do clube, a Administração liderada por Miguel Pinto Lisboa pretende “sobretudo corrigir os gastos com o pessoal”, bem como “cortar em gorduras que são inerentes a muitos anos de gestão inalterada.” O objectivo, acrescenta Alberto Martins, é que “o deficit sem vendas de jogadores seja menor.” Com rigor orçamental, a SAD vitoriana deseja “corrigir a necessidade de vender jogadores, aumentando a autonomia da política desportiva e reforçando a capacidade da equipa.”
Na mesma entrevista, Alberto Martins ainda elogiou o trabalho da anterior Administração, liderada por Júlio Mendes, sublinhando que “houve uma aposta na valorização da equipa, com algum investimento otimista em atletas que à partida trariam boas mais-valias no futuro”, mas também “o desenvolvimento da relação com o adepto, a abertura de novos canais de interação foram trazendo os vitorianos para mais perto do clube.”
Marcações: Júlio Mendes, Vitória Sport Clube, Vitória Sport Clube, Futebol SAD, Alberto Martins, Miguel Pinto Lisboa