Francisco Príncipe respondeu a Júlio Vieira de Castro: «Tentou de forma leviana e populista levantar suspeitas sobre gestão que já provou ser de excelência»
O vice-presidente do Vitória e Administrador da SAD, Francisco Príncipe, promoveu uma conferência de imprensa esta quarta-feira.
Na companhia de Eduardo Leite, Presidente do Conselho Fiscal, e do Fiscal Único da SAD, o dirigente respondeu a muitas das críticas feitas pelo candidato à presidência do Vitória, Júlio Vieira de Castro, na recente entrevista à Rádio Santiago.
Em seis pontos, Francisco Príncipe pretendeu fazer “uma clarificação sobre as atordas”.
“A ‘quota modalidades’ foi proposta pela Direcção e aprovada pelos sócios em Assembleia Geral no exercício de 2012/2013, e tinha como objectivo contribuir para o pagamento dos montantes em dívida a atletas e prestadores de serviços das modalidades referentes às épocas anteriores, num valor aproximado de 500 000 €. Por outro lado, esta seria uma ajuda preciosa para que o orçamento operacional das modalidades não ficasse ainda mais depauperado, dado o montante da dívida anterior.
A partir da época 2013/2014, o valor angariado anualmente por esta quota (cerca de 130 mil euros em média),e visto que o Clube conseguiu liquidar a divida das épocas anteriores, a mesma reverteu integralmente para a operacionalidade das modalidades.
No orçamento para as modalidades, aprovado em AG para a corrente época de 2017/2018, é claro que a ‘quota modalidades’ contribui com 17% para o dito orçamento de mais de 700 mil euros.
A ‘quota modalidade’, os subsídios, os donativos, e os patrocínios são os contribuintes mais significativos do orçamento das modalidades mas que, ainda assim, não cobrem a totalidade dos gastos operacionais. Este défice de cerca de 25% do valor total dos gastos é coberto, por opção da Direcção, por outros tipos de receitas que constam do orçamento geral do Vitória SC.
A Direcção do Vitória SC refuta deste modo, e efusivamente, a acusação por parte do referido sócio, de que a ‘quota modalidades’ possa estar a ser canalisada para outra actividade que não a que foi aprovada pelos sócios.
Aliás, e como o Conselho Fiscal pode aferir todos os anos, o valor da quotização geral que é partilhado pelo Clube e pela SAD é sempre líquido da verba angariada pela quota modalidades.
“Ainda em relação ao Clube foram também lançados boatos sobre a recuperação económica e financeira da instituição, recuperação referida como um “mito”.
No ano de 2012, o Clube encontrava-se numa situação de insolvência, e só o recurso a um PEC e posteriormente à sua homologação judicial sob a forma de Per e num valor superior a 15 milhões de euros, permitiu a necessária protecção sobre os credores e, consequentemente, a não liquidação da instituição.
Todos estes créditos de terceiros sobre o Vitória SC foram validados judicialmente.
A estes 15 milhões de euros tivemos que somar as outras responsabilidades não incluídas no plano, ou seja, dívidas de curto prazo, como foram as dívidas de âmbito desportivo (a atletas, a treinadores, a prestadores de serviços, a outros clubes e agentes), e que totalizavam mais quase 9 milhões de euros, num total aproximado de 24 milhões de euros.
Só por má-fé um sócio, um vitoriano, se poderá referir a este facto como um “mito”.
Mas não só a dificílima aprovação deste plano judicial contribuiu para a recuperação financeira do Clube.
Tão importante do que a aprovação destes planos foram os actos de gestão implementados para que o Clube conseguisse, através da sua actividade, resultados que permitissem, primeiro a liquidação das responsabilidades, e numa segunda fase um desafogo que tornasse possível o investimento nas modalidades amadoras, ou seja, no crescimento da instituição.
A Direcção adianta desde já que o passivo do Clube a 31 de Dezembro de 2017 é de cerca de 9,2 milhões de euros, menos 1,1 milhão de euros do que o valor do passivo em 31 de Dezembro de 2016.
É para a Direcção, bastante claro que quem profere estas declarações, com certeza, que não acompanha adequadamente o quotidiano do Clube, e profere-as sem qualquer suporte documental ou técnico, o que a Direcção do Clube considera ser uma atitude irresponsável e de total desrespeito pela instituição e seus associados.
“No que diz respeito à SAD, a Administração é também forçada a responder a mais uma tentativa de redução da credibilidade da sociedade, por parte do mesmo accionista, através do lançamento de um conjunto de dúvidas e suspeitas. A Administração chega a ser acusada de manipulação das contas, acusação também desprovida de qualquer suporte documental. Ora, estas insinuações são extremamente graves e o accionista ou as proferiu por total desconhecimento da realidade ou por manifesta má fé e leviandade.
A Administração refuta totalmente estas acusações.
A sociedade continuará com o seu trajecto de investimento e enriquecimento daquilo que é o seu activo.
O Balanço da Sociedade em 31 de Dezembro de 2017 demonstra um reforço dos capitais próprios para cerca de 4 milhões de euros, que contrastam com os 2,3 milhões de euros de Junho de 2017.
“Na mesma entrevista, o accionista Júlio Vieira de Castro refere-se a um valor de adiantamento de clientes de 3 milhões de euros espelhado no balanço da sociedade. No seguimento desta afirmação, o dito accionista levanta a suspeita de que, neste momento, e dado o investimento entretanto verificado, este valor poder ser extremamente superior, tendo falado mesmo em 7 ou 10 milhões de euros.
A Administração esclarece, aliás como o fez na Assembleia Gera da SAD, que este adiantamento tem a ver apenas com o compromisso de cumprimento do contrato, não se tratando, de todo, de um desconto de receitas futuras, e que apenas se encontra registado no passivo, porque ainda não foi lançado o respectivo rendimento.
Não existe mais nenhum adiantamento a somar ao que já está vertido no balanço da sociedade à data de 30de Junho de 2017.
“Na mesma ocasião foi também propagandeado aos sócios e accionistas que nas quatro épocas entre 2013 e 2017, passaram 309 pelas equipas A e B.
A Administração da SAD desmente uma vez mais e categoricamente este número de jogadores.
Nestas quatro épocas foram registados na LPFP contratos de trabalho associados a 147 jogadores, como poderá facilmente consultar na sede da Liga.
Como os accionistas bem entendem, a Administração não poderia deixar passar em claro tamanha falta de rigor no que diz respeito a este tema.
“A transparência nas contas da sociedade, assim como nas do clube, é ponto de Honra da Administração e da Direcção vigente, proporcionando desde o primeiro dia total liberdade de escrutínio documental e contabilísticoaos órgãos fiscalizadores das duas instituições (Conselho Fiscal do Clube e Fiscal Único da sociedade), para que possam exercer as suas funções eficazmente e num enquadramento de total independência face aos órgãos executivos.
O associado do Vitória SC, Júlio Vieira de Castro, tentou, de forma que consideramos leviana e populista, levantar suspeitas sobre uma gestão que já provou ser de excelência, como o comprovam os vários votos de louvor propostos e votados favoravelmente tanto em assembleias do clube como em assembleias de accionistas.
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