Júlio Mendes garante que eliminação da Liga Europa não obriga SAD do Vitória a vender

A eliminação da Liga Europa não obriga a SAD do Vitória a vender qualquer dos seus activos. A garantia foi dada por Júlio Mendes na entrevista exclusiva ao Desportivo de Guimarães e à Rádio Santiago.

Após a eliminação da Liga Europa, o principal foco do Vitória passar a ser a Liga?
Sim. O futebol e a vida faz-se destas coisas, de objectivos que são delineados, que fazem sentido em determinado momento. Quando num num momento ou outro os ultrapassamos ou não temos rapidamente de nos centrar naquilo que tem de ser a nossa preocupação do dia seguinte. É isso que estamos a fazer. Temos dado provas que temos feito isso bem ao longo dos mais de três anos em que temos estado à frente dos destinos do Vitória.


Está convencido que a eliminação precoce não terá influência no campeonato?
Acredito que não vai condicionar o nosso desempenho no campeonato. É uma eliminação precode, um insucesso, é certo, porque era um objectivo que pretendíamos atingir por vários motivos, desportivos, financeiros e económicos. Mas, não tem qualquer sentido dizer-se que vai condicionar aquilo que vai ser o percurso ao longo do campeonato. O campeonato é outra coisa, uma prova longa, há tempo para se corrigirem os erros que foram eventualmente cometidos, para se fazerem os ajustes que se devem fazer. Estou convencido que temos um grupo de trabalho excelente, coeso e que vai dar muitas alegrias aos vitorianos.

Já conseguiu digerir o afastamento das provas europeias?
Claro. O dia seguinte custa sempre um bocado mais, não sou diferente dos outros, foi um dia difícil.  Há uma capacidade que tento manter, que é a de resiliência, que me tem dado forças para continuar sempre à frente do Vitória, sempre que vamos tendo dificuldades para ultrapassar. Se não fosse assim já tinha entregue os destinos deste grande clube a outro. Não é uma qualidade que reclamo só para mim, mas para um grupo alargado que comigo trabalha. É uma característica que atribuo aos vitorianos, têm sabido sofrer, em cada momento sabem erguer-se com o mesmo orgulho, força, dinâmica e ambição. Acredito que ao longo do campeonato vamos ter o apoio destes vitorianos, desta gente especial, que apesar de terem tido uma frustração com um resultado recente vão estar sempre com o clube do coração.

Como interpreta a contestação ao treinador Armando Evangelista?
Interpreto como um sentimento e uma reacção normal, num clube que é exigente. Havia expectativas fundadas em conseguir continuar a fazer um percurso na Liga Europa e em face do que aconteceu o mais natural é que ainda a quente as pessoas tenham a reacção que tiveram, que tenha existido esta manifestação de contestação. Agora, o que quero dizer às pessoas é que o trabalho está a ser feito, não podemos tomar decisões a quente. Se tivesse tomado decisões a quente, há dois anos vi lenços brancos quando ainda tínhamos Rui Vitória como treinador. Sempre disse que a pessoas em causa tinha qualidades, continuou e deu-nos alegrias. A mim exige-se que seja mais prudente, que tenha uma visão de médio/longo prazo e que não me perca nas emoções do imediato. Não posso pedir isso aos adeptos, de resto compreendo porque no papel de adepto sinto-me da mesma forma. Mas, neste caso sou o Presidente e não o adepto.

Este afastamento da Liga Europa obrigará a SAD a fazer uma venda para equilibrar as contas?
Não necessariamente. Tenho dito que o plantel está completo, estabilizado, pode acontecer alguma situação que neste momento não estamos a equacionar até ao fim do mês. Mas se vier a acontecer não será por causa de questões financeiras resultantes da saída prematura da Liga Europa.


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