Ministério Pública acusa Moreirense de seis crimes de corrupção activa

O Ministério Público acusou o Moreirense, enquanto pessoa colectiva, de seis crimes de corrupção activa.
Além disso, o vice-presidente Orlando Alinho e Pedro Magalhães, filho de Vítor Magalhães, estão acusados, em co-autoria, dos mesmo seis crimes. Já o presidente do Moreirense não é alvo de qualquer acusação, apesar de também ter sido suspeito no processo de investigação “pela sua posição dominante” no clube. Contudo, a prova que foi recolhida não foi suficiente para o acusar de qualquer crime. Os ex-jogadores do Moreirense Nuno Mendes e Sérgio Grilo também estão envolvidos no processo, já que terão sido eles a contactar directamente os jogadores e a oferecer-lhes dinheiro.
Em causa está, de acordo com o Departamento de de Investigação e Acção Penal de Coimbra, o aliciamento ou tentativa de aliciamento a jogadores de outros clubes, na temporada passada.

De acordo com a acusação, na recta final da temporada 2011/2012, que resultou na subida à Liga, terão sido contactados seis jogadores do Santa Clara e da Naval com o objectivo de facilitarem nos jogos contra o Moreirense. Os jogadores abordados foram Lourenço e Paulo Grilo, do Santa Clara, e ainda João Pedro, Hugo Santos, Manuel Godinho e Williams, da Naval. Contactados por Nuno Mendes, Lourenço, João Pedro e Hugo Santos recusaram a verba oferecida, de 5 mil euros. Manuel Godinho, da Naval, deu a mesma resposta a Sérgio Grilo, que ainda tentou aliciar o irmão, Paulo Grilo, que jogava no Santa Clara com a oferta de 7 mil e 500 euros. Mas, a resposta também foi negativa. Segundo a acusação do Ministério Público, o único jogador que aceitou a oferta dos ex-jogadores ligados ao Moreirense foi Williams. O Ministério Público diz mesmo, na acusação, que foi fácil corromper o brasileiro. Williams ter-se-á encontrado com Nuno Mendes dois dias antes do jogo Naval-Moreirense. Depois, nessa partida acabou por ser expulso, com um cartão vermelho directo. Dias depois, no parque de estacionamento do Estádio do Dragão, o jogador recebeu 5 mil euros em dinheiro.

O caso foi despoletado depois de dois dos jogadores que foram aliciados - Manuel Godinho e Hugo Santos - terem denunciado o caso à Polícia Judiciária, que depois avançou com a respectivas investigações.
O Departamento de Investigação e Acção Penal requereu ao Ministério Público que os arguidos sejam suspensos das funções que exercem os clubes, como medida de coação. Além disso, o DIAP pediu que tanto jogadores como dirigentes sejam proibidos de frequentar recintos desportivos.

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