Constituição da Sociedade Anónima Desportiva divide vitorianos

A anunciada criação de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) no Vitória continua a dividir a massa associativa.
Este sábado, esse sentimento ficou evidente na primeira sessão das «Jornadas de Reflexão», organizadas por um grupo de sócios, que juntou cerca de quatro dezenas de vitorianos no auditório da Associação dos Viajantes e Técnicos de Vendas de Guimarães.

Também no painel de oradores, de antigos Presidentes da Mesa da Assembleia Geral, o assunto não mereceu unanimidade. 

Para António Xavier, a SAD “é o caminho para o Vitória. Temos que nos convencer que se queremos batalhar com os melhores temos que conseguir atrair os grandes investidores e isso só acontecerá dessa forma”, defendeu o também antigo Presidente da Câmara Municipal.

Raúl Rocha, que foi também vice-presidente do Conselho Fiscal dos anteriores Órgãos Sociais, é bastante mais moderado no que à mudança de modelo de gestão diz respeito. “Só de deve avançar para uma SAD se houver capital de investimento significativo”. Raúl Rocha entende ainda que deve haver uma participação do mundo empresarial vimaranense, mas defende que no caso de se avançar para a criação da SAD, “não poderá ser, como já ouvi, com cinco milhões de euros – do plantel, ou seja do Vitória – e mais dois ou três de fora”. O antigo Presidente da AG da era Pimenta Machado foi mais longe ao afirmar que “dizer que primeiro aprova-se a SAD e depois se procuram os investidores é um logro”.

Pedro Xavier foi o único orador frontalmente contra a SAD, ressalvando que “o mais importante é o capital humano do Vitória, que são os sócios e não apenas a vertente financeira”. O empresário, que liderou a AG no último mandato de Pimenta Machado e no primeiro de Emílio Macedo da Silva, repetiu várias vezes que “o dinheiro não é tudo”, mas não rejeitou o apoio de fundos de jogadores, numa situação crítica, como é a actual do Vitória. 
Contudo, e se o clube avançar para a criação de uma SAD, Pedro Xavier espera que o Vitória e a Câmara Municipal – que já se mostrou indisponível para participar no Capital Social – tenham mais de 61% das acções. 

No debate foram vários os sócios que tornaram públicas as suas posições. Manuel Almeida, Roriz Mendes e André Pereira manifestaram-se contra a mudança de modelo de gestão. Já António Cardoso e Luís Mário Oliveira, Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Guimarães, entendem que este pode ser de facto o rumo a seguir. 

A segunda sessão das «Jornadas de Reflexão» terá lugar no dia 2 de Junho, igualmente na sede da AVTVG, com um painel de personalidades de Guimarães e do Vitória.

Marcações: Desporto

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