Vitória isolou-se no segundo lugar depois de vencer Paços de Ferreira
O Vitória isolou-se no segundo lugar da tabela classificativa depois de ter averbado o terceiro triunfo fora de portas, desta feita em Paços de Ferreira por 2-1. Com este resultado, a equipa de Inácio passou a somar 16 pontos, mais três que o grupo de perseguidores composto por Benfica, Sporting, Belenenses e Braga, e apenas menos um que o Porto, líder isolado do campeonato. Perante isto, coloca-se a pergunta a Inácio. Até onde pode ir este Vitória. Ainda que a qualidade de jogo da equipa tenha decrescido na etapa complementar, é caso para dizer que o Vitória ganhou em Paços de Ferreira contra tudo e contra todos. Contra um adversário que melhorou a sua produção nessa fase do jogo e, quase sempre, contra uma arbitragem nitidamente prejudicial do polémico João Ferreira. A verdade é que o juíz de Setúbal não escondeu uma dualidade de critérios gritante, especialmente no primeiro tempo, ajuizando invariavelmente contra a equipa vimaranense nos lances mais duvidosos.Apesar dessa contrariedade, o Vitória soube sempre reagir com personalidade e dedicação exclusiva ao jogo. O primeiro tempo foi marcado por uma supremacia evidente da equipa bem escalonada por Inácio - que apostou no onze que lhe tem dado garantias e que havia goleado o Santa Clara na jornada anterior -, tendo o primeiro lance de perigo iminente sido construído aos 9 minutos, quando Rafael proporcionou uma defesa apertada a Pinho na cobrança de um livre, com Romeu a não chegar a tempo da recarga.
Se esse lance capitalizou o aviso, já aos 14 Rafael não repetiu a mensagem e atirou mesmo para o golo. Um belíssimo golo, com efeito, uma vez que a génese da jogada foi espectacular. Um ataque com processos simples, culminado com um cruzamento muito bem executado por Romeu para a cabeça do seu companheiro.
O Paços de Ferreira não conseguia reagir à supremacia adversária e só aos 32 minutos Beto foi capaz de assustar Palatsi, rematando rasteiro um pouco ao lado do poste esquerdo.
Mas justificando o melhor desempenho da equipa vitoriana no primeiro tempo, Pedro Mendes desperdiçou o ensejo de fazer o segundo golo já em tempo de compensações.
O segundo tempo foi diferente. Sobretudo porque ficou, desde logo, marcado pelo golo do empate, obtido aos 19 segundos (!) por Carlos Carneiro. Um lance em que foi notório algum desequilíbrio defensivo, uma vez que na zona de remate surgiram dois avançados sem marcação.
Sendo verdade que o Paços melhorou consideravelmente na etapa complementar, e que até terá dominado no aspecto de posse de bola, não é menos certo que as oportunidades de golo foram raríssimas junto das duas balizas. E à excepção de um golo anulado à equipa da casa por fora-de-jogo de Mauro, não mais Palatsi viu a sua baliza na iminência de ser violada. Até que aos 89 minutos surgiu o importantíssimo golo de Guga, na sequência de um rápido contra-ataque e de um passe rasgado de Rafael, que desta forma acabou por estar ligado aos dois golos.
Da arbitragem de João Ferreira, deve referir-se que prejudicou o Vitória no ajuizamento de muitos lances e igualmente no critério disciplinar. Felizmente para Inácio, a equipa manteve-se serena e não perdeu as estribeiras, diante desta actuação irrepreensivelmente negativa.
Estádio da Mata Real, Paços de Ferreira
Árbitro: João Ferreira (Setúbal)
Auxiliares: José Ramalho e José Luís Melo
Resultado ao intervalo: 0-1
Golos: 0-1, Rafael (14); 1-1, Carlos Carneiro (46);
1-2, Guga (89)
P. Ferreira: Pinho, Mário Sérgio, João Armando, Filo, José Nando, Paulo Sousa (A 77), Puntas (Leonardo 45), Beto, Renato Queirós (Luís Miguel 82), Carlos Carneiro (Gerónimo 68) e Mauro (A 90).
Vitória: Palatsi, Ricardo Silva (A 90), Cléber (A 45), Rogério Matias (A 40), Rui Ferreira, Bessa (Fangueiro 75), Nuno Assis (Guga 81), Pedro Mendes (Hugo Cunha 68), Djurdjevic, Rafael e Romeu (A 27)
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