Presidente do Nespereira disponível para ceder lugar

A temporada do Nespereira foi planeada sob contingências negativas que inquinaram melhores propósitos, mas Egídio Cardoso não afasta ainda esse espectro de dificuldades.
Aliás, faz mesmo um repto a quem entender ter melhores condições para dirigir o Nespereira, porquanto o clube não consegue dissociar-se da crise geral. "Um patrocinador que antigamente nos dava mil euros, agora dá-nos 100. Quem nos dava 100, dá-nos 20 ou 30. É muito complicado fazermos a gestão", começa por justificar antes de, apesar de tudo, alinhavar um discurso ambicioso. "Temos o escalão de infantis inscrito na Associação e gostaríamos de os colocar a competir." Mas... eis que surge o condicional mas. "Com tantas dificuldades, achamos por bem marcar uma Assembleia Geral para o dia 18, onde será feito o ponto da situação do clube. Se houver boa gente que queira tomar conta do Nespereira, nós cederemos às suas pretensões. Isto desde que apresentem um projecto minimamente sustentável. Se nós formos os maus da fita e houver quem não goste da nossa maneira de ser, o problema resolve-se nessa Assembleia", adverte Egídio Cardoso.

Até lá, a actual Direcção promete liderar o clube com empenho e com um objectivo perfeitamente assumido. "Estamos a formar uma equipa para subir de divisão. Não nos interessa fazer uma época idêntica à última. O próximo campeonato é mais longo e talvez seja mais fácil concretizar o objectivo."

No cenário de dificuldades generalizado, a este nível é recordado o exemplo do Polvoreira, que decidiu dar um passo atrás e regressar ao Futebol Popular. Está também o Nespereira arrependido de ter deixado esse nível competitivo? "Se me tivesse perguntado isso na época passada, diria que nem pensar. Este ano, considero que já é tarde. Para jogarmos no Futebol Popular não teríamos jogadores, porque a maioria do nosso plantel é constituída por elementos que só cá estão porque querem disputar o Futebol Distrital."

Nesta perspectiva, Egídio Cardoso sublinha o esforço que o Nespereira terá de fazer, mas admite, desde já, que caso na próxima temporada haja uma Direcção que pretenda o regresso ao Popular, isso não será de todo descartável. "A Assembleia decidirá. Estamos abertos a todas as possibilidades, não pomos nada em causa e precisamos, isso sim, de gente que venha trabalhar", diz. 

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