Assembleia Geral do Vitória decisiva para o futuro

Provavelmente, será a Assembleia Geral mais escaldante e polémica da história do Vitória. É esta sexta-feira à noite no seu Pavilhão. Pimenta Machado, que em entrevista ao jornal A Bola na sua edição de ontem disse que não iria recandidatar-se, hoje, ao jornal O Jogo, já admite essa hipótese. O presidente acrescenta que o Vitória tem um passivo de 50 mil contos e que ó clube sempre foi uma SAD em nome individual, o seu. De permeio, está um ambiente de grande controvérsia. Pimenta sugere que os sócios devem expulsar o seu opositor Domingos Miranda da condição de sócio, e este reage hoje violentamente contra o presidente vitoriano. Em entrevista publicada no jornal Record, Domingos Miranda chega a dizer que Pimenta Machado está "senil e desactualizado" e que deixou de ser uma figura carismática, citamos. Domingos Miranda adianta mais pormenores que promete levar à Assembleia Geral. Promete provar que houve a falsificação de uma acta e que o Vitória pagou 90 mil contos de comissões a uma off-shore denominada 'Sportmedia' pela transferência de Fernando Meira para o Benfica. O rosto da oposição dá ainda uma entrevista ao jornal Notícias de Guimarães, onde sublinha que Pimenta Machado "mente com a boca toda." Mesmo com todo este ambiente criado em redor da Assembleia de logo à noite, Domingos Miranda pretende que haja condições pacíficas para discutir os problemas do Vitória. Domingos Miranda aborda ainda o futuro do Vitória, e fala, nomeadamente, da propalada candidatura de Manuel Rodrigues à presidência: "Nesta altura não podemos estar a falar sobre isso, porque ainda é cedo." E o próprio Domingos Miranda, pode ser candidato? "E um desejo antigo", confuso. Um dos mais recentes dados da polémica sobre a Assembleia Geral do Vitória diz respeito à acta inutilizada pelo derrube de um tinteiro e à que a substituiu. As actas que estiveram na origem da polémica venda de um terreno pelo Vitória a uma empresa de Fafe. Na original, a acta limita-se a falar de um esclarecimento do Presidente do Vitória sobre, citamos, "as pretensões da Câmara na aquisição de franjas de terreno pertença do Vitória e, em contrapartida, a Câmara prontificava-se a fazer um campo relvado, um campo pelado e a vedação de todo o terreno do complexo desportivo do Vitória". Na acta que o Vitória apresentou na escritura realizada em Fafe, na venda de terreno a uma empresa imobiliária de Fafe, o texto é substancialmente diferente. No documento é transcrita a proposta apresentada e votada pelos sócios e que conferiu à Direcção, citamos, "autorização para que lhe seja permitido negociar franjas do património do Clube, de forma a ser possível com maior celeridade a sua rentabilização com vista à concretização do projecto definitivo" do Complexo. Ou seja, na segunda acta, não se alude ao objectivo concreto que levou a Direcção a apresentar a proposta. Para além das diferenças substanciais e significativas entre a redacção das duas actas, acresce que foi a primeira a única sujeita à aprovação dos associados. A propósito destes terrenos, Domingos Miranda pretende dizer aos sócios que o Vitória o vendeu por 120 mil contos - conforme escritura - mas que no mesmo dia a empresa compradora contraíu um empréstimo de 800 mil contos e fez uma hipoteca do terreno no valor de 650 mil contos. Os sócios que pretendam assistir à Assembleia Geral desta noite, terão que apresentar a cota oito. A reunião vai estar rodeada de fortes medidas de segurança, e mesmo Pimenta Machado vai estar longe dos sócios. Ao contrário de outras Assembleias, Pimenta vai estar na bancada do pavilhão, e os sócios no recinto. A PSP e os bombeiros vão estar de prevenção.

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