Contratos paralelos no Vitória
A notícia vem publicada hoje no jornal Desportivo de Guimarães, e surge na sequência da notícia foi publicada na edição de 11 de Julho do diário ‘Público’, que dizia respeito às primeiras diligências da Polícia Judiciária (Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira) junto do Vitória. Em curso estão investigações alicerçadas nas suspeitas da prática de contratos paralelos e de desvio de fundos, que na altura - segundo o ‘Público’ - levaram os agentes da PJ à procura e apreensão de vasta documentação, quer na sede do clube, quer em outros locais da cidade, sempre na companhia do Presidente Pimenta Machado. De resto, mais tarde havia de ser noticiado que um dos locais da investigação foi a própria residência do dirigente vitoriano.Agora, segundo o jornal Desportivo de Guimarães, a Polícia Judiciária estará a investigar a celebração de contratos paralelos realizados entre o clube e jogadores e treinadores nos últimos anos. Uma prática corrente, que se estende a muitos outros clubes, mas que é punida por lei, uma vez que é entendida como uma forma de fuga ao fisco.
A mesma notícia adianta que, por exemplo, que na época 1995/96 Pimenta Machado, na qualidade de Presidente do Vitória, celebrou um contrato em que comprometia o clube a pagar a um determinado atleta, a título extra do contrato legalmente registado, 20 mil contos na data da assinatura e a entrega de um automóvel BMW num valor entre 6 e 7
mil contos. Entretanto, caso o Vitória conseguisse ser campeão nacional nessa época, o referido jogador receberia um prémio de 20 mil contos e 10 mil caso o clube conquistasse a Taça de Portugal. Este contrato tinha exactamente os mesmos valores na temporada seguinte.
Outro caso dá conta da celebração de um contrato com um atleta que na primeiratemporada receberia, a título extra, 4.500 contos, divididos em 12 prestações mensais de 375 contos cada. Esses valores repetiam-se na época seguinte (97/98) e aumentavam em 98/99. Nessa temporada, o referido jogador receberia 5 mil contos, divididos numa
prestação de 435 contos e em 11 prestações de 415 contos cada.
Mas nem só jogadores aceitaram essa proposta de assinatura de contratos paralelo com o clube. Há o caso de um treinador que acordou receber numa época 13.380 contos extra-contrato, divididos em 12 prestações mensais de 1.115 contos. Nesse contrato era ainda explícito que o treinador em causa receberia prémios de jogo a 100%. Na época anterior, já havia sido rubricado outro contrato paralelo, sendo que esse particular o Vitória comprometia-se a pagar 1.846 contos, divididos em prestações, os prémios de jogo já eram pagos a 100% e no caso do clube ficar apurado para uma competição europeia, teria direito a receber mais 3 mil contos. Se o Vitória conquistasse a Taça de Portugal, o prémio chegaria aos 5 mil contos. Serão estes e outros contratos paralelos que a Polícia Judiciária estará a investigar, no decurso das incursões que já fez pela documentação e contabilidade do Vitória.
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