Ronda da Lapinha é este domingo: andor está engalanado para brilhar ao passar por 14 freguesias de Guimarães

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O andor de Nossa Senhora da Lapinha já está engalanado para a Ronda que este domingo vai percorrer cerca de 21 quilómetros, abrangendo cerca de 14 freguesias de Guimarães.

O Bispo Auxiliar de Braga, D. Delfim Gomes, vai presidir à secular manifestação de fé em honra da protectora das colheitas cuja imagem se venera no santuário, existente na freguesia de Calvos.

Este ano, a Ronda decorrerá sob o lema: "Como Maria, Mãe da Fé, Contemplamos o Dom da Eucaristia"; "Maria guardava todas estas palavras, meditando-se em seu coração", numa associação à mensagem do 5º Congresso Eucarístico Nacional que recentemente decorreu em Braga, precisamente com o lema "Partilhar o Pão, alimentar a Esperança".

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"Estando a Senhora da Lapinha associada à protecção dos campos e das culturas - é a padroeira dos lavradores - estabeleceu-se esta relação dado que existe este vínculo de devoção em torno das culturas cerealíferas, à forma como o pão alimenta o corpo, pedindo os homens para que a Senhora os proteja com saúde e com a graça de puderem ter boas colheitas. São muitas as pessoas que trazem os melhores milheirais que encontram nos campos, assim como os cachos de uvas que vão complementar a ornamentação do andor", explicou a  juíza da Irmandade da Lapinha.

"Há assim uma ligação simbólica ao pão e ao vinho como sinais do sacramento da Eucaristia", prosseguiu Fátima Carvalho Dias, ao justificar que são essas expressões espontâneas dos pedidos ou agradecimentos pelas bênçãos recebidas pela proteção das suas culturas, embora seja do foro íntimo de cada devoto.

"A Ronda da Lapinha é um momento onde conflui a crença, o ritual, o espiritual, o individual, a fé de cada um", realça a juíza da Irmandade da Lapinha.

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"Percorrer 21 quilómetros, carregando o andor da Senhora da Lapinha aos ombros, é uma manifestação de fé, todos os anos com uma responsabilidade acrescida, porque há sempre uma mensagem que se renova a caminhar, em que cada um experimenta várias dimensões da comunhão. A Ronda da Lapinha é um momento onde conflui a crença, o ritual, o espiritual, o individual, a fé de cada um. É a presença do espiritual materializada naquilo que é cada um de nós", observou, ao dar conta que cerca de 30 pessoas já se inscreveram para transportar o andor, que será conduzido aos ombros por quatro pessoas, divididas por vários grupos. "São homens que se inscrevem voluntariamente para transportarem o andor, carregando aos ombros a imagem da Virgem", assinalou.

A juíza da Irmandade da Lapinha destacou que o andor foi ornamentado seguindo a tradição, com o uso de tecido de cetim, numa tipologia que tem uma simbologia muito peculiar. "As referências que encontramos já em 1800 remetem para este modelo, com a utilização de pano cintilante e brilhante. Era precisamente na descida pela Rua da Arcela que o povo melhor conseguia apreciar o esplendor do andor da Senhora da Lapinha ao entrar na Cidade", indicou a responsável fazendo um apelo aos devotos para decorarem as janelas e as varandas com colchas e lançarem flores à passagem do andor.

Como é habitual, no programa da peregrinação, merece destaque a eucaristia marcada para as 11h00 e que será presidida pelo Bispo Auxiliar. Há ainda eucaristias às 7h00 e às 8h00.

A saída da Ronda acontecerá como habitualmente às 13h00, estando a chegada à Colegiada de Nossa Senhora da Oliveira prevista para as 16h30 e a saída uma hora depois. Pelas 20h30, ocorrerá a chegada ao Santuário da Lapinha.

Realizada ao longo de mais de quatro séculos, a peregrinação da “Ronda da Lapinha” tem como ponto de partida e de chegada o santuário existente na freguesia de Calvos, passando por Infantas, Costa, Mesão Frio, Azurém, Oliveira do Castelo, S. Paio, S. Sebastião, Creixomil, Urgezes, Polvoreira, Tabuadelo, S. Faustino e Abação.

Marcações: Calvos, Ronda da Lapinha

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