FOTOS: Estreia da versão portuguesa da «Paixão Segundo São João» arrebatou público em Guimarães

Guimarães foi palco da estreia da primeira versão encenada em português da «Paixão Segundo São João". A obra ícone da história da música de Johann Sebastian Bach foi reinterpretada, ontem à noite, no Centro Cultural de Vila Flor, num espectáculo soberbo, do Festival de Música Religiosa de Guimarães, com direcção artística e encenação de Pedro Ribeiro e direcção musical de Vitor Matos.

"A intenção não foi substituir o original, mas sim criar uma opção", adverte-se no programa. E o público rendeu-se por completo à envolvência do espectáculo, multifacetado, que teve em palco mais de uma centena de artistas e a actuação da Orquestra de Guimarães, no âmbito da iniciativa «Da Quaresma à Páscoa». 

Com tradução de Nuno Marques, a «Paixão Segundo S. João» foi adaptada com a encenação e direcção artística de Pedro Ribeiro. Contou com interpretações de Leonor Barbosa de Melo (soprano), Patrícia Silveira (contralto), João Terleira (tenor), André Henriques (baixo-barítono), Job Tomé (baixo), o Coro Ensemble Vocal Pro Musica, com o maestro José Pinheiro, o Coro da Academia de Música Valentim Moreira de Sá, com as maestrinas  ngela Alves e Janete Ruiz, os bailarinos Daniela Castro e Max Oliveira, assim como os actores da Companhia de Teatro «Os Quatro Ventos». 

De salientar ainda os contributos de Rui Maia (no desenho de luz) e Alexandra Corte-Real de Almeida (desenho de vídeo).

O encenador Pedro Ribeiro escreve no programa: "a arte vive não só porque é intemporal mas porque é oportuna. Porquê encenar hoje uma obra num teatro que foi composta para uma igreja com a intenção de evangelizar? Tanto a música de Bach, como a história de Jesus Cristo, vivem hoje em parte porque ainda se conseguem associar com as nossas necessidades contemporâneas e interesses diversos". Mais adiante, acrescenta: "da história de Jesus, podemos retirar o sumo metafórico que nos faz pensar em quem somos e nos actos que cometemos uns contra os outros". "Não me interessou saber quem foi o culpado, mas sim observar a nossa capacidade de destruição e também de rederenção", confessa o responsável pela direcção artística do espectáculo irrepetível.

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