Incêndio no monte de S. Romão atingiu Citânia de Briteiros
A Citânia de Briteiros foi atingida por um incêndio florestal na última semana. O fogo afectou uma grande área daquela estação arqueológica, classificada como monumento nacional.As chamas deflagraram praticamente em simultâneo, em cinco pontos distintos, ao redor do monte de S. Romão, abrangendo as freguesias de S. Salvador e de Santa Leocádia de Briteiros e Donim, obrigando a uma intervenção de combate coordenada pelos Bombeiros Voluntários das Taipas e que obrigou à mobilização de outras corporações.
Em comunicado de imprensa, a Direção da Sociedade Martins Sarmento deu conta que o incêndio iniciou-se na noite do dia 28 e prolongou-se pela madrugada do dia seguinte. Aliás, no dia 29, verificou-se um reacendimento. "Nos dias seguintes, até ao fim de semana, o incêndio afectou zonas limítrofes, não tendo, no entanto, voltado a entrar na área do sítio arqueológico", refere a instituição, acrescentando que "ardeu uma área significativa do interior da Citânia".
No sector Norte do monumento, o incêndio chegou à muralha interior, tendo passado pela quarta, terceira e segunda muralhas. "Nesta zona, foi pasto das chamas uma pequena área de ruínas escavadas nas campanhas da década de 1950, coordenadas pelo Coronel Mário Cardozo. Na encosta Sul, o incêndio aflorou a terceira muralha, que é, neste flanco, o limite do sitio arqueológico. Contudo, a zona visitável da Citânia de Briteiros, correspondente à área envolvida pela muralha interior e à encosta nascente, não foi afetada por este incêndio, à excepção de um pequeno trecho na zona Nordeste", precisa a Sociedade Martins Sarmento.
De acordo com a instituição que tem como patrono Martins Sarmento, os incêndios florestais têm um impacto significativo nos sítios arqueológicos. "As elevadas temperaturas do fogo provocam o sobreaquecimento das superfícies rochosas, acelerando a sua erosão e provocando mesmo o estalamento, quer das pedras que integram as estruturas arqueológicas, quer dos afloramentos graníticos com gravuras rupestres", explicou, garantindo que a instituição "tomará algumas medidas de minimização na zona ardida onde existem estruturas arqueológicas expostas".
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