S. Gualter, o enviado de S. Francisco de Assis a Guimarães
Há muito que as festividades a S. Gualter fazem parte da memória colectiva vimaranense. O santo foi discípulo de São Francisco de Assis e terá falecido a 2 de Agosto de 1258.Por ocasião da ida em peregrinação de São Francisco a Santiago de Compostela, S. Gualter ter-se-á deslocado a Portugal e estado com a Rainha D. Urraca, esposa de D. Afonso II. Da conversa e de uma reunião em 1217, em Assis, São Francisco terá escalonado os seus frades em missões para apostolizar o mundo, tendo sido os santos Zacarias e Gualter, entre outros, distribuídos a Portugal. S. Gualter veio para Guimarães, onde fundou um convento e onde teve influente acção de apostolado.
Chegado a Guimarães, S. Gualter escolheu para viver um lugar retirado e tranquilo da então vila, no sopé do monte de Santa Catarina, cujo acesso era difícil. Actualmente localizado na freguesia de Urgezes, o lugar recebe o nome de Fonte Santa ou S. Gualter.
de acordo com a Biografia de S. Gualter, escrita por Aloísio Tomás Gonçalves, a água que corre de entre as rochas deslizava e que o bem-aventurado santificara com o contacto do seu puro e macerado corpo, começou a operar curas maravilhosas". Esta situação confluiu para "a devoção e a confiança dos populares que arrancavam dela verdadeiros milagres, que Deus complacente multiplicava para honra do seu servo".
Prevalecendo a vontade dos vimaranenses, S. Gualter aproximou-se da vila, onde foi edificado um pequeno e modesto convento, onde terá vivido até à morte. Posteriormente, foi edificado um outro convento, maior que o primeiro, ainda hoje imponentemente conservado. São Gualter terá falecido a 2 de Agosto de 1258. Apesar de não ter sido oficialmente canonizado pela igreja católica, o seu culto ter sido aprovado pelo Papa Gregório XIII, através de uma bula datada de 17 de Dezembro de 1577.
Após a sua morte, desenvolve-se o culto pelo frade discípulo de S. Francisco de Assis. Os frades da Ordem de São Francisco e os seus discípulos e devotos habitantes de Guimarães impediram que Sâo Gualter se apagasse da memória colectiva, estando associada à veneração dos seus restos mortais curas milagrosas. São muitos os milagres atribuídos ao longo dos séculos ao patrono de Guimarães, tendo sido as suas ossadas muito cobiçadas, o que obrigou os frades franciscanos a escondê-las. Foram encontradas em 2009, durante o restauro de um altar lateral da igreja de S. Francisco, ocultas numa imagem de roca do santo, estando expostas numa vitrine numa das capelas laterais do templo.
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