Cruzeiro da Segunda Guerra Mundial reerguido no alto das Senhoras do Monte

Um novo cruzeiro vai ser inaugurado esta sexta-feira no alto do monte das Senhoras do Monte, em Guimarães, dando seguimento a uma promessa formulada durante a Segunda Guerra Mundial.

O monumento foi erguido nos anos sessenta do século XX, mas poucos anos depois foi destruído por um relâmpago. A reparação nunca chegou a ser concretizada, embora tivesse um grande impulsionador: José Gonçalves. Apesar de já ter falecido, os 10 filhos uniram-se para cumprir o desejo que expressou em vida e o cruzeiro será inaugurado precisamente no dia em que se assinala o centenário do seu nascimento.

Comovido e grato por ter conseguido todas as autorizações necessárias para a edificação do cruzeiro, Belmiro Gonçalves justifica a decisão familiar. “O cruzeiro que existia foi construído em resultado de uma promessa feita durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, feita no último domingo de Maio do ano de 1942, porque esse é o dia da romagem às Senhoras do Monte. Foi prometido pelo padre Joaquim que se os homens portugueses não tivessem de ir para a guerra e que as nossas mulheres não tivessem de pegar no luto pelos filhos que por lá morriam, como tinha acontecido na guerra que começou em 1914, seria levantada no alto do monte uma grande cruz”, recorda, ao explicar que o cruzeiro foi levantado só em 1962. 

Belmiro Gonçalves nascido e criado no lugar de Florido, na encosta do monte voltada para S. Cristóvão de Selho, observa: “foi o meu pai que acompanhou de perto o processo, num tempo em que teve de ser aberta uma estrada. O meu pai juntamente com um grupo de pessoas ajudou a concretizar essa obra, cumprindo a promessa colectiva. O cruzeiro foi electrificado e aconteceu o pior, porque ao fim de seis ou sete anos, o monumento foi destruído por um relâmpago, desfazendo-se em mil bocados”.

“Na hora da morte, prometi ao meu pai que havia de arranjar maneira de levantar o cruzeiro. Andei três anos de volta da Câmara Municipal de Guimarães para obter a necessária autorização e licença, porque é um monumento e só agora consegui”, revela, congratulando-se com a sensibilidade que o assunto mereceu junto dos proprietários dos terrenos, de quem teve de obter igualmente autorização.

O miradouro onde se encontram a capela das Senhoras do Monte e a capela de S. João abrange áreas das freguesias de Nespereira, Serzedelo e S. Cristóvão de Selho. Para desenvolver um projecto integrado e consistente de desenvolvimento daquele espaço foi recentemente fundada a associação «Os Zeladores das Senhoras do Monte». Belmiro Gonçalves é um dos impulsionadores desta instituição que tem como finalidade “olhar para o alto monte e envidar esforços para o proteger”.

A associação está a desenvolver esforços para conseguir criar casas de banho condignas naquele espaço, de maneira a valorizar aquele miradouro natural existente na zona Sul do Concelho de Guimarães, de onde se pode avistar o mar e apreciar magníficas paisagens da região.

Marcações: Cultura

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