Poeta Guilherme Faria evocado esta sexta-feira no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta

O Arquivo Municipal realiza esta sexta-feira a conferência «O regresso do poeta Guilherme de Faria a Guimarães». A iniciativa está marcada para as 18h00.

No âmbito desse processo de doação ao Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, serão apresentadas na sexta-feira as obras “O Livro de Guilherme de Faria I — Saudade Minha (poesias escolhidas)” e “Vida e Obra de Guilherme de Faria — Os versos de luz por escrever”, cujos livros estarão igualmente à venda para o público interessado em adquirir um exemplar.
 

Guilherme de Faria nasceu em Guimarães, em 1907. Em 1919, mudou-se com a família para Lisboa e, uma década depois, com apenas 21 anos, pôs fim à sua vida, na Boca do Inferno, em Cascais. Foi poeta e assumiu-o tão fatalisticamente que negou a si próprio a possibilidade de ter sido outra coisa.
 
Apesar de efémera, a sua vida foi muito intensa. Entre 1922 e 1929, Guilherme de Faria publicou Poemas e Mais Poemas (1922), Sombra (1924), Saudade Minha e a plaquete Oração a Santo António de Lisboa (1926), Destino e Manhã de Nevoeiro (1927). Postumamente, em 1929, foram editados Desencanto e Saudade Minha (poesias escolhidas). Organizou uma Antologia de Poesias Religiosas, que só seria publicada em 1947, foi editor de Teixeira de Pascoaes e relacionou-se, com maior ou menor proximidade, com as principais figuras das letras e das artes do seu tempo.
 
Tudo o que na biografia de Guilherme de Faria é suscetível de ser relacionado com a sua idade resulta na evidência de uma precocidade perturbadora: com apenas 11 anos, ainda em Guimarães, dirigiu o “5 de Dezembro”, um pequeno jornal quinzenário, defensor da causa sidonista. Com 17 anos, editou a Elegia do Amor de Teixeira de Pascoaes e dois anos depois foi retratado por Almada Negreiros.
 
Com 21 anos, deixou uma obra poética singular que, no contexto do Neorromantismo lusitanista, o integra na melhor tradição lírica e elegíaca da poesia portuguesa. Contudo, Guilherme de Faria acabou por ser esquecido, particularmente devido à sua morte «tão prematura, às especificidades quase anacrónicas da sua poesia e à proximidade ideológica ao Integralismo Lusitano», refere José Rui Teixeira, da Universidade Católica do Porto.

 


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