Câmara conta com apoio das entidades culturais para a Capital Europeia da Cultura 2012
A Câmara Municipal de Guimarães reuniu com as principais entidades culturais da cidade para a elaboração da candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura 2012, e conta com elas para o sucesso da iniciativa. "A candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura (CEC) 2012 é um projecto que envolve toda a cidade, todas as instituições culturais e até os munícipes que, em nome individual, quiserem participar no projecto", disse à Agência Lusa Isabel Fernandes, directora do Museu de Alberto Sampaio (MAS), em Guimarães. Terça-feira, quando os 27 ministros da Cultura da União Europeia, aprovarem, ao que tudo indica, a candidatura portuguesa, a festa será quase tão grande como em Dezembro de 2001, quando a UNESCO reconheceu a cidade como Património Cultural da Humanidade. Durante o período de elaboração da candidatura, o grupo de trabalho criado pela autarquia vimaranense organizou 33 reuniões com agentes culturais da cidade, envolvendo 288 pessoas. A discussão sobre o que deveria ser a Capital Europeia da Cultura levou a autarquia a pedir à população que manifestasse a sua opinião via internet. "Trinta pessoas enviaram ao grupo de trabalho propostas interessantes sobre actividades que gostavam de ver realizadas, recuperação de património histórico e formas de arte e cultura que gostariam que não fossem esquecidas pela CEC", referiu fonte do grupo de trabalho. Os espaços disponíveis para espectáculos são muitos e variados. Para além do auditório da Universidade do Minho e de pequenos auditórios existentes nas associações, o Centro Cultural Vila Flor, o estúdio do Teatro Oficina e o Pavilhão Multiusos, bem como espaços ao ar livre como a montanha da Penha ou a Colina Sagrada, à volta do Castelo, são palcos possíveis para múltiplos eventos. Só na cidade de Guimarães, são muitas as entidades culturais reconhecidas pelo trabalho realizado ao longo de dezenas de anos. O Cine Clube de Guimarães, a Sociedade Martins Sarmento, o Círculo de Arte e Recreio, a Associação Convívio, o museu do Paço dos Duques de Bragança, o Museu de Alberto Sampaio e a Irmandade da Penha, foram algumas da entidades ouvidas pela autarquia para a elaboração da candidatura. Com um orçamento de 111 milhões de euros, o projecto prevê a realização de diversas obras de renovação urbana e construção de novos equipamentos. A zona baixa de Couros, onde estão preservados os tanques de lavagem e tingimento de peles, deverá transformar-se no "bairro cultural" da cidade. A recuperação de um palacete, localizado na Praça de São Tiago o 'miolo' do centro histórico, para aí criar um pólo para o Museu de Alberto Sampaio, é outra das obras a realizar. "Acredito que o MAS será uma das principais entidades a colaborar no projecto da Capital Europeia da Cultura, autonomamente ou criando parcerias e sinergias com outras entidades", salientou Isabel Fernandes que, anualmente, tem perto de 50 mil visitantes no museu que dirige. A directora do museu referiu ainda a importância de tornar a cidade, os monumentos e os locais onde mais relevantes acessíveis a cidadãos com deficiência. O Cineclube de Guimarães é outra das organizações incluídas no projecto de candidatura. "O nosso contributo foi e será dado no sentido de criar novos públicos e novos conteúdos", frisou Carlos Mesquita, presidente do Cineclube. "Gostaríamos que a dinâmica da CEC permitisse a produção cinematográfica ficcional ou documental sobre Guimarães assim como uma mostra real e plural do cinema europeu", disse a mesma fonte. "Guimarães tem 160 mil habitantes mas a CEC terá uma dimensão muito para além das fronteiras vimaranenses", finalizou Francisca Abreu, vereadora da Cultura na autarquia local.Marcações: Cultura