Centro Juvenil São José de Guimarães celebrou 110 anos de história e transformação social

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O Centro Juvenil São José de Guimarães (CJSJ), conhecido na região como as Oficinas de S. José, comemorou em Março o seu 110º aniversário, marcando mais de um século de dedicação à educação e apoio a jovens em situação de vulnerabilidade. Este mês, especialmente significativo para a instituição, foi palco de celebrações que reuniram antigos e actuais alunos, funcionários, parceiros institucionais e amigos que, ao longo das décadas, contribuíram para a trajectória desta centenária organização.

A festa, que teve a presença de aproximadamente 100 pessoas e foi marcada por um ambiente de confraternização e lembranças, destacando o impacto profundo que o CJSJ tem na vida de muitos jovens da região. O evento contou com a participação de figuras como Alexandra Händel, adjunta do presidente da Câmara Municipal de Guimarães, além de representantes de diversas entidades parceiras. A celebração foi também uma oportunidade para recordar as origens da instituição, que desde 1915 tem sido um pilar de apoio à educação e à transformação social.

Actualmente, o conselho de administração do Centro Juvenil São José é composto por Fernando Sousa (presidente), Manuel Bessa (vice-presidente), Luís Alves (tesoureiro), Vítor Sousa (secretário) e Raquel Gusmão (vogal), que têm dado continuidade ao trabalho iniciado há mais de um século.

Fernando Sousa, presidente da direção, relembrou as origens da instituição, que teve o seu início em 1915, quando um grupo de jovens foi acolhido na casa de António Leite, na freguesia da Costa. Em 1918, o centro foi transferido para o antigo Convento das Capuchinhas, onde permanece até hoje. A data de 19 de Março, além de ser o dia de São José, é marcada como o «Dia das Oficinas de S. José», uma data especial dedicada à celebração do legado da instituição. Neste dia, o centro promove uma panóplia de actividades, incluindo um almoço para actuais e antigos alunos, funcionários e amigos da casa, além de uma missa e momentos de animação.

A celebração deste ano foi também marcada pela tradicional assembleia geral da Associação dos Antigos Alunos, seguida pela missa em honra de São José, celebrada na capela do centro.

O evento religioso, orientado pelo trio musical coordenado por Martinho Fernandes, teve grande significado para todos os presentes, reafirmando os valores de espiritualidade e comunidade que caracterizam o Centro Juvenil São José desde a sua fundação.

Um dos momentos de maior destaque foi a inauguração de uma exposição composta por trabalhos artísticos — incluindo desenhos e fotografias — realizados pelos jovens actualmente acolhidos pelo centro.

A exposição, que esteve aberta ao público até ao final de Março, ofereceu uma amostra da criatividade e talento dos jovens da instituição.

Além disso, a celebração incluiu um almoço de confraternização repleto de recordações e homenagens. Uma das homenagens foi dedicada a Aurora Celeste Freitas, funcionária da instituição há 25 anos, e ao ex-aluno Domingos, presente no evento. Em colaboração com a Associação de Antigos Alunos, também foi atribuído o Prémio de Mérito com Aproveitamento Escolar a um dos jovens acolhidos, reconhecendo o esforço e o sucesso dos seus estudos.

O evento foi abrilhantado pelas actuações da fadista Ana Sofia Teixeira acompanhada por Rui Beirão na guitarra portuguesa, e Miguel Dias na viola de fado, proporcionando um toque especial à celebração.

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No seu discurso, Fernando Sousa ressaltou a importância do Centro Juvenil São José na vida de muitas famílias e na formação de jovens, destacando o trabalho contínuo das equipas de diversas valências da instituição.

Em termos operacionais, a coordenação dirigida por Miguel Bessa, director executivo, refere que a instituição se encontra com a sua capacidade máxima nas diferentes valências.

A Casa de Acolhimento abriga actualmente 15 jovens, enquanto a Creche Rosas Amorim Vieira, localizada em Jugueiros, Felgueiras, atende 42 crianças, o Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) acompanha 80 famílias, número que corresponde ao limite estipulado pela Segurança Social. Além disso, o projecto LUDERE, que proporciona aos participantes novas experiências, estimulando o relacionamento interpessoal e a socialização a crianças e jovens com idades entre 6 e 14 anos, residentes em Guimarães ou municípios vizinhos.

Pela comemoração de mais um século de história, o Centro Juvenil São José de Guimarães reafirma o seu compromisso com a formação, o acolhimento e o apoio a jovens e famílias da região. A instituição mantém viva a sua tradição de educação e transformação social iniciada em 1915, continuando a ser um pilar fundamental na comunidade e desempenhando um papel essencial na construção de um futuro melhor para muitos jovens em risco.

TEXTO: Luisa Araujo

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