BIGGER: O último Cozido do Barroso
Calma, não fique preocupado, foi o último Cozido do Barroso, desta temporada!
O Chefe Diogo Novais Pereira celebrou o fim deste Inverno, com um evento no Restaurante Porinhos homenageando o singular Cozido à Portuguesa do Barroso.
Como é habitual nestas suas aventuras, fez-se à estrada para ir ao encontro da origem do saber ancestral.
Convidou para esta jornada um Transmontano convicto, ligado aos produtos e às raízes da gastronomia, o Chefe Marco Gomes.
E lá foram, ao encontro do Chefe Nuno Diniz, um lisboeta "exilado" em Terras do Barroso, uma referência da Cozinha Nacional, um especialista em enchidos e fumeiro com literatura publicada, dedicada a este saber.
E assim, se começou a arquitectar este festim, este longo almoço de Sábado...
Até 'montar o cozido' fizeram-se muitos quilómetros por aldeias singulares na descoberta do melhor de cada produtor.
Após criteriosa selecção, elegeram mais de 30 produtos diferentes. O 'best of' dos produtos da terra fria, entre os quais oito variedades de enchidos e quase tudo que se pode retirar do porco, com excepção da perna, que vale ouro, porque mais tarde será presunto. Foi a nossa entrada, acompanhado por um maravilhoso pão, acabadinho de chegar de Montalegre.
Foi mesmo trazer o Barroso para Terras Minhotas. Aliás, Nuno Rodrigues, responsável pela Divisão de Turismo de Montalegre, presente no evento em representação do Município, falava-nos sobre a importância de dar a conhecer este produto para lá das fronteiras do seu território, mas afirmando que tal só tem verdadeiro significado, se feito com seriedade, preservando a singularidade, indo buscar os artigos aos produtores artesanais, mantendo o traço original do 'melhor Cozido de Portugal', nomeando o Chefe Marco Gomes «Embaixador do Fumeiro de Montalegre».
Registamos uma frase de uma senhora, a D. Rosa, de uma aldeia do concelho de Montalegre, reproduzida pelo Chefe Marco Gomes: "para ser o nosso Cozido, tem de ser com a nossa água. Assim, até a cortar a carne se nota a diferença.". Estás palavras não cairam em saco roto. Os Chefes trouxeram, nada mais, nada menos, do que 150 litros de água e nela foram cozinhados separadamente cada um dos ingredientes. Esta separação é importante, pois assim, cada um dos produtos tem o seu sabor. Ou seja, dezenas de produtos, dezenas de diferentes sensações. Porque todos os produtos são singulares. Das hortas aos animais, daquela parte de Trás os Montes tudo em ambiente feliz onde se vive devagar... assim como vivemos devagar, os momentos em que degustamos o cozido do barroso e tudo se aproveita.
Depois de tão farto cozido ninguém resistiu a saborear um caldo com os aproveitamentos do preparado.
Para a sobremesa, o ex-libris do Porinhos, o leite creme queimado da D. Albertina.
Enfim, um país tão rico em gastronomia e em que cada região tem a sua tradição, Sabia que há 24 variedades de cozido à portuguesa registados em Portugal? Cada um tem a sua identidade e representa uma comunidade. É realmente importante cuidar de preservar esta nossa cultura. E foi exactamente o que qie aconteceu este Sábado no Restaurante Porinhos, manter viva a tradição....