BIGGER: Clínica de Reabilitação de Guimarães cria consulta do sono
Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e, no caso das crianças, até faz crescer. A ciência confirma o ditado. Mas, na realidade, como estamos todos a dormir?
O sono faz parte da nossa vida! É impossível viver sem ter uma boa higiene do sono. Pelo menos é impossível manter uma vida saudável, de forma sustentável, sem manter o sono num padrão normal. Mas como são cada vez mais prevalentes os problemas associados a esta dimensão estruturante da nossa vida, a Clínica de Reabilitação de Guimarães decidiu criar a Consulta do Sono.
«Há muitas causas para diferentes perturbações de sono. Os problemas podem ocorrer em qualquer idade e, ao longo dos anos, todos vamos tendo diferentes arquitecturas de sono», explica Pedro Carvalho, que acrescenta: «Vamos tendo menor tempo de latência de sono com o evoluir da idade».
No domínio das insónias, Pedro Carvalho esclarece que podem existir diferentes tipos: a inicial, a que ocorre logo no início do sono; a intermédia, que ocorre a meio da noite; e terminal, ou seja, a que faz acordar demasiado cedo. «Todas podem ter tratamento medicamentoso», observa.
Há muitas causas para a patologia do sono, tais como situações de stress, quadros depressivos, patologias médicas, uso de medicamentos, hábitos de sono irregulares (quem adormece tarde ou trabalha por turnos), o uso de cafeína, álcool ou drogas.
Na atualidade, uma das causas relevantes para problemas de sono é o uso excessivo do telemóvel.
A influência da luz na qualidade do sono
A luz influencia muito o sono. A evidência científica demonstra que a exposição a ecrãs está altamente relacionada com a qualidade do sono e com a capacidade de adormecer. As crianças, mas também cada vez mais adultos, expõem-se muitos a ecrãs. Por isso, há cada vez mais problemas de sono correlacionados com o tempo de exposição aos ecrãs.
«O ideal é a não exposição a ecrãs duas horas antes de ir para a cama. Os pais nem sempre têm perceção correta dessa exposição. Geralmente acreditam que os filhos estão menos expostos do que realmente estão», revela o psiquiatra.
A luz do telemóvel acaba por suprimir a produção de melatonina, hormona naturalmente produzida pelo corpo humano e que contribui para regular o relógio biológico. «É importante, por isso, limitar o uso do telemóvel durante a noite, evitar luzes excessivas, e criar regras claras de higiene de sono», afirma Pedro Carvalho, para quem esta nova consulta do sono pode ser muito relevante para evitar quadros ansiosos ou quadros depressivos.