Bons Pais, Bons Filhos: O meu filho deixa-me com os cabelos em pé
A agressividade nas crianças é um tema muito importante, nos dias que correm.
Existem crianças que perante uma adversidade reagem de uma forma bastante intensa. Gritar, morder, chutar e até bater, muitos pais vivenciam esses comportamentos de raiva nos filhos e ficam sem saber o que fazer. Em primeiro lugar, é importante entender que a criança tem essa reação por não conseguir lidar com sentimentos, frustrações ou pelo fato de querer chamar a atenção ou mesmo testar os limites dos pais. Este comportamento é um “sinal” que a criança
requer amor, cuidado e aceitação. No entanto é preciso levar em conta que existem crianças naturalmente mais opositoras do que outras. A este respeito, é importante que os pais consigam entender a diferença entre agressividade e agressão. A agressividade é uma forma de comportamento que a criança vai apresentando enquanto a agressão é uma ação única da criança contra alguém.
A agressividade pode também ser o resultado de um momento delicado que a criança atravessa, como por exemplo a separação dos pais, o nascimento de um irmão, ou até mesmo a perda de alguém que lhe é querido. Este tipo de comportamento pode ainda ser associado ao contexto social da criança, ou seja, se por ventura a criança presenciar, dentro, ou fora da família, situações de violência, poderá ter tendência a imitá-las. Desta forma é muito importante que os pais expliquem aos filhos que em determinados momentos, podemos sentir raiva, medo, angústia, irritação, mas que todas as emoções logo passam e desaparecem.
Assim:
- Nunca aborde o seu filho de forma agressiva e explosiva - é importante respirar fundo e acalmar-se antes de conversar com o seu filho;
- Aguarde o momento certo de intervir – não tente educar o seu filho mostrando-lhe que o comportamento que está a ter é errado quando ele ainda se mostra agressivo; deixe-o acalmar-se primeiro;
- Escute o que o seu filho tem a dizer - muitas vezes agiu de maneira agressiva por conta de alguma emoção ou por ter sido contrariado. Por isso, deixe-o falar e colocar para fora o que está a sentir em palavras, não através de gritos;
- Ajude-o a expressar sentimentos – por exemplo aproveitando as histórias dos livros infantis ou de animações que abordem as emoções de forma a que as crianças se envolvam com os personagens e comecem a entender o que estão sentindo;
- Elogie o bom comportamento – se a criança agir de maneira correta perante uma situação em que geralmente se mostraria agressiva, elogie-a;
Lembre-se que este trabalho tem que ser diário e persistente.
Célia Ferreira, Mediadora Familiar do CAFAP do Centro Juvenil de S. José
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